O PRS – Cerrado começa hoje uma série especial de matérias sobre nossas atividades em cada um dos quatro estados de atuação: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. 

No estado de Goiás, atuamos com 3 microrregiões, 25 municípios e, considerando o total de propriedades envolvidas, em uma área de mais de 38 mil ha. Nossas atividades acontecem por meio de 43 Unidades Demonstrativas (UDs), 596 Unidades Multiplicadores (UMs) e 7 Organizações Socioprodutivas (OSPs).  De modo geral, as atividades produtivas no estado se caracterizam pela agricultura e a pecuária, especialmente como atividades “monoprodutivas”, ou seja, há muito potencial e espaço para a implementação de sistemas integrados, como a ILPF.

Ao todo, contamos com 646 produtores e produtoras rurais goianos que participam e se beneficiam de nossas atividades diretas. Um deles é Adriano Martins Barbosa, produtor de uma Unidade Demonstrativa, na região de Santa Cruz de Goiás (GO). 

“Temos muitas possibilidades em conjunto com sistemas integrados, como a ILPF, que requer um manejo do solo, onde você vai ter uma máxima eficiência do aproveitamento que tem aqui e sequestrando mais para poder estar agregando no sistema de produção”, ressalta. 

Além da redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera pela inserção do componente florestal na lavoura e na pecuária, bem como pela recuperação das pastagens degradadas, as tecnologias também reduzem a necessidade de adubação química e a utilização de defensivos agrícolas, visto que aumenta a  diversidade de espécies cultivadas na propriedade.

Ações de Campo

Nossas atividades em campo apoiam, monitoram e executam as atividades e ações do projeto nos estados e municípios de abrangência. O objetivo é articular e fortalecer as redes de parceiros, assim como estreitar as relações com produtores(as) rurais.

Uma dessas ações é a Assistência Técnica de Extensão Rural (ATER) para as UDs, feita por uma das 39 instituições pré-qualificadas em Goiás. Entre as ações está a  adequação das UDs, que visa atender o programa piloto de certificação da produção e a adoção de boas práticas de gestão, aumentando assim a sustentabilidade ambiental, social e econômica dessas propriedades. Outra ação importante são os Dias de Campo (DCs). De novembro de 2021 a  julho de 2022, o PRS – Cerrado  realizou 33 DCs no estado de Goiás, com uma média de 40 participantes por evento.

“O projeto possibilita mostrar na prática que é possível e viável economicamente promover a sinergia de componentes em sistemas integrados e de recuperação de pastagem degradadas, como forma de aumentar a produtividade e renda, e reduzir o impacto ambiental”, ressalta a Coordenadora Estadual do projeto, Josyany Duarte.

Ações de Capacitação

Capacitar, treinar e sensibilizar! Esse é o objetivo do Programa de Capacitação do PRS – Cerrado. O EaD Introdutório é uma de nossas ações, feito em parceria com o Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, e aberto para todos e todas que desejam se aperfeiçoar em conceitos envolvendo mudanças climáticas e estratégias de desenvolvimento rural sustentável. Até o momento, 56 goianos estão inscritos no EaD, dando mais um passo para expandirem os seus conhecimentos.

No Mestrado Profissional, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), pessoas com nível superior buscam a pós-graduação stricto sensu para aprimorar os seus conhecimentos em práticas produtivas sustentáveis. Dennys de Azevedo, engenheiro agrônomo de Quirinópolis (GO), é um desses estudantes. 

“A sustentabilidade é uma área que vem nos trazendo muito conhecimento quanto à questão da agricultura de baixo carbono, que hoje é um momento de extrema relevância para o planeta. Tenho certeza que, com essa turma do mestrado, vamos conseguir gerar bons frutos para o futuro”, comemora.

Temos, ainda, uma ação de sensibilização e empoderamento de popularização da produção rural sustentável nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. No estado, 10 escolas participam destas atividades, sendo 70% escolas do campo e 30% urbanas.

Ações de Pesquisa

No estado, desenvolvemos ações com 6 projetos de pesquisa e investimento de recursos na ordem de mais de R$ 2 milhões de reais. Por um lado, temos as Pesquisas Direcionadas, que contam com a expertise da Embrapa, por meio de uma das 7 URTPs (Unidade de Referência de Tecnologia e Pesquisa). O objetivo é a realização de diversos estudos, que envolvem potenciais de mitigação de GEE por meio da implantação dos sistemas de integração a índices de desmatamento evitado, assim como tantas outras. Por outro, por meio de editais, atuamos em conjunto com outras instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal de Goiás, Universidade de Brasília e Instituto Federal Goiano.

Ações de Finanças Verdes

A identificação de recursos disponíveis via políticas públicas em diferentes níveis, além das instituições financeiras, é essencial aos beneficiários do projeto. No estado foi realizada oficina de estudos sobre incentivos fiscais, tributários e creditícios para agropecuária de baixa emissão de carbono.

A certificação da produção é também um dos braços de atuação do projeto na área de Finanças Verdes. Até o momento, todas as 43 UDs de Goiás receberam técnicos (ATECs), que aplicaram um primeiro diagnóstico, avaliando a propriedade como um todo e sua proximidade com os esquemas de certificação considerados  promissores para a região.

O conceito da certificação aproxima nossos atores rurais a boas práticas de gestão e produção, com base em padrões mundiais de sustentabilidade. Quem realiza esse contato em campo são os Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATECs), que em Goiás são mais de uma dezena. Para qualificar as ações do projeto, todos(as) os(as) ATECs participaram dos cursos de 6 esquemas de certificação: FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal), Rainforest Alliance (Aliança para Floresta Tropical), Certifica Minas, Carne Carbono Neutro (CCN), Orgânicos Brasil e RTRS (Round Table on Responsible Soy ou Associação Internacional de Soja Responsável).

Sobre o projeto

Somos resultado de uma Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como responsável pela sua execução e administração. A Embrapa é a responsável pela coordenação científica e a Associação Rede ILPF pelo apoio técnico.