PRS - Cerrado dá início à entrega dos Benefícios Coletivos

O Projeto Rural Sustentável – Cerrado começou a realizar as entregas dos Benefícios Coletivos (BCs) às Organizações Socioprodutivas (OSPs) e aos produtores e produtoras associados(as) à cada uma delas. Disponibilizados por meio da aquisição de bens e serviços não reembolsáveis, esses benefícios são considerados investimentos que ajudam a fortalecer tanto as cadeias de valor da agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono, quanto o papel das OSPs na produção e comercialização, gerando renda e fortalecendo as associações, sindicatos e cooperativas rurais.

Para definir quais benefícios são considerados elegíveis, o PRS - Cerrado classificou aqueles que são de uso comum e que tragam ganhos diretos e indiretos para o grupo vinculado à cada Organização Socioprodutiva. Também são considerados eletivos bens e serviços que apoiem o fortalecimento da organização e possibilitem o suporte técnico, gerencial e informacional com potencial de renda aos(às) produtores(as). Além disso, é importante que os benefícios atendam o maior número possível de beneficiários(as) e apresentem a maior eficiência no uso dos recursos financeiros disponibilizados.

Mas como chegamos até aqui?

A jornada que nos trouxe até aqui começou em 2019 com a divulgação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado em seus quatro estados de atuação: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Com isso, as Organizações Socioprodutivas (OSPs) que tinham interesse em implementar práticas produtivas sustentáveis e da agropecuária de baixa emissão de carbono foram convidadas a se cadastrarem de forma voluntária no Projeto.

Após a seleção das OSPs parceiras, foi preciso passar pela etapa de construção dos Planos de Negócios (PNs), que visavam ampliar e fortalecer o papel e as competências da OSP, permitindo maiores condições de sustentabilidade organizacional e de promoção e apoio para o coletivo de produtores(as) rurais vinculados(as) à organização – as Unidades Multiplicadoras (UMs). Esses planos foram compostos por um Plano de Ação e um Plano de Investimento para destinação dos Benefícios Coletivos previstos.

Para a construção dos PNs foram contratadas instituições especializadas em Planos de Negócios e atuação com pequenos e médios produtores(as) organizados. Em campo, as instituições fizeram o levantamento de informações, demandas e desafios para compor o diagnóstico institucional e das atividades socioprodutivas de cada OSP e, a partir disso, foram realizadas oficinas para a construção dos PNs, que passaram por avaliação e sugestões de especialistas até chegar na versão final. Todo esse processo foi técnico-participativo, ou seja, contou com a participação de representantes das OSPs para que também pudessem expor seus próprios pontos de vista.

Por fim, foi dado início ao processo de aquisição dos Benefícios Coletivos (BCs). A partir do Plano de Investimento construído de forma técnico-participativa e validado com as OSPs e seus representantes, os recursos são disponibilizados mediante aquisições de bens e contratações de serviços e, finalmente, entregues diretamente às OSPs.

A entrega dos Benefícios Coletivos também é emocionante para a equipe do projeto e é um marco na jornada do PRS - Cerrado, resultado da construção participativa dos Planos de Negócios para cada uma das 40 OSPs que participam do projeto. Os Benefícios Coletivos são meios de viabilizar os sonhos de trabalho e renda das OSPs e impulsionar práticas sustentáveis no Cerrado, o que demonstra o potencial transformador do PRS - Cerrado e nos faz sentir parte de algo muito maior”, destaca o Coordenador de Finanças Verdes do Projeto, Paulo Camuri.

Alguns exemplos de Benefícios Coletivos (BCs) são: construção civil para melhoria em infraestruturas de uso coletivo e com fins agroindustriais; infraestrutura de produtos; maquinários agrícolas; caminhões e veículos utilizados em atividades produtivas e de suporte objeto do projeto; infraestrutura, equipamentos de apoio e de informática, comunicação e softwares necessários à estruturação de gestão da OSP; entre outros.


Projeto lança livro Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para prática sustentável

Está disponível o livro “Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para a prática sustentável”. A publicação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado simboliza a finalização das ações de pesquisa do Projeto e registra todos os principais resultados científicos alcançados por esse investimento ao longo de aproximadamente dois anos. A leitura é online e gratuita para todos(as).

Acesse e leia agora mesmo.

O livro contou com a contribuição de pesquisadores(as), analistas, técnicos(as), bolsistas e consultores(as) para a promoção do desenvolvimento rural sustentável no bioma Cerrado. Ao todo, são mais de 600 pessoas envolvidas na geração de resultados com impactos diretos na sustentabilidade do campo. Estudos que certamente incentivarão novas pesquisas, projetos e políticas públicas.

O livro foi oficialmente lançado no evento Seminário Final das Pesquisas e Apresentação da Produção Técnica e Acadêmica da 1ª Edição do Mestrado Profissional. A ocasião reuniu pesquisadores(as) e estudantes da primeira edição do Mestrado Profissional, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), para apresentarem os principais resultados das pesquisas e de seus trabalhos técnicos. O evento também foi transmitido online e ainda pode ser assistido no canal do IABSTV, no YouTube.

Inovação e Pesquisa no PRS - Cerrado

Em cerca de dois anos de execução das ações, o PRS - Cerrado apoiou financeiramente  a execução de projetos de pesquisa, totalizando mais de R$ 12 milhões investidos em 35 pesquisas, conduzidas por mais de 30 instituições. 

O objetivo foi a promoção da geração de conhecimento e fortalecimento de instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento de estudos relacionados à agropecuária sustentável e de baixa emissão de carbono no bioma Cerrado. As pesquisas foram divididas em duas linhas de atuação, sendo elas:

  • Pesquisas Direcionadas – englobam os projetos que objetivam responder às principais lacunas e demandas de conhecimento atuais sobre tecnologias de baixa emissão de carbono e temas afins, com colaboração direta da Embrapa;
  • Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – foram selecionadas e viabilizadas pesquisas em modelos de produção sustentável nos territórios abrangidos pelo PRS – Cerrado, com a participação ativa de diversas instituições nacionais e regionais.

Saiba mais sobre as ações de Pesquisa do PRS - Cerrado.


11 de setembro é Dia Nacional do Cerrado

Savana mais biodiversa do planeta, berço das águas do Brasil e o segundo maior bioma do país: este é o Cerrado! E neste 11 de setembro, celebramos o Dia do Cerrado ao relembrarmos a grandeza deste bioma e os compromissos do Projeto Rural Sustentável - Cerrado frente aos principais desafios enfrentados por ele.

Cerrado: biodiversidade e desafios

Localizado no Planalto Central do Brasil, o Cerrado está presente em 11 estados, abrangendo 24% do território brasileiro e tendo uma extensão territorial de 2 milhões de quilômetros quadrados – a área equivale ao tamanho dos países Portugal, Espanha, França e Itália juntos! O bioma também é estratégico para a manutenção dos recursos hídricos na América do Sul devido às cabeceiras dos rios que alimentam as principais bacias hidrográficas do subcontinente. E é por conta disso que ele recebeu o nome de berço das águas do Brasil.

Apesar das funções vitais desempenhadas pelo bioma, a expansão agrícola que já domina cerca de 46% das áreas nativas do Cerrado tem sido uma das principais atividades responsáveis pelo aumento da quantidade de carbono na atmosfera. Portanto, por mais que o Cerrado carregue toda a sua biodiversidade consigo, o desmatamento, o calor extremo, a seca e os incêndios frequentes, trazem graves problemas ao funcionamento dos ecossistemas.

Para que haja uma estabilidade climática local e regional, é preciso pensar na conservação do Cerrado buscando evitar o desmatamento ilegal. Além disso, é importante promover uma agricultura sustentável ao recuperar as áreas degradadas e fortalecer os produtores e produtoras locais, garantindo a eles(as) acesso a recursos naturais e promovendo o aumento da produtividade da área.

PRS - Cerrado: em busca de um rural mais sustentável

Pensando nesses desafios, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado assumiu o compromisso de promover soluções positivas para a natureza, realizando um trabalho em conjunto com todos os atores envolvidos na produção rural.

Com o objetivo geral de mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, o Projeto vem promovendo práticas sustentáveis por meio da adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono, fortalecimento de organizações produtivas locais, apoio e assistência técnica e extensão rural gratuita, além da facilitação do acesso ao crédito.

O nosso trabalho dentro do Projeto Rural Sustentável - Cerrado vem de um compromisso que todos nós buscamos com a sustentabilidade e com um bioma tão importante como o Cerrado. E fazemos isso de forma singular, sempre em conjunto com os(as) produtores(as) rurais. O resultado desse compromisso é alcançado quando trabalhamos em harmonia, visando um futuro próspero para o campo e para as próximas gerações”, destaca a Coordenadora de Campo do PRS - Cerrado, Marília Ramos.

Cursos de Educação a Distância (EaD), Mestrado Profissional, ações de popularização da agropecuária sustentável junto a escolas públicas, Cursos Presenciais e Dias de Campo são algumas das ações realizadas pelo Projeto desde 2019. Com atuação em 101 municípios presentes nos estados do Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já são cerca de 3.700 propriedades rurais envolvidas, com mais de 500 Dias de Campo realizados, mais de 15 mil participantes em ações de sensibilização, treinamento e capacitação, 40 Organizações Socioprodutivas (OSPs) apoiadas e 12 milhões aplicados em pesquisa, tudo para alavancar o uso sustentável de 280 mil hectares de propriedades envolvidas.


Confira a agenda dos Dias de Campo do PRS – Cerrado em setembro

Em busca de proporcionar trocas de experiências e sensibilizar produtores(as) rurais sobre a implementação da agropecuária de baixa emissão de carbono, o PRS – Cerrado realizará novos Dias de Campo (DCs) ao longo do mês de setembro. Ao todo, serão 17 eventos, que acontecerão em 16 municípios localizados nos quatro estados de atuação do Projeto: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os eventos são abertos para todos(as) interessados(as) no tema e que buscam contribuir no debate acerca do rural sustentável.

Os encontros do mês de setembro dão continuidade à rodada dos Dias de Campo de ATER Coletiva, que tem como objetivo aproximar as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e as Organizações Socioprodutivas (OSPs), com diferentes assuntos mais pertinentes para cada OSP. Entre os temas que serão abordados nos DCs estão: Produção Agroecológica na Agricultura Familiar, Implantação e manejo das pastagens, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), entre outros. Clique aqui e saiba mais sobre alguns desses importantes temas.

Caso tenha interesse em participar dos Dias de Campo do PRS – Cerrado, procure o(a) monitor(a) de sua região: https://www.ruralsustentavel.org/projeto/como-atuamos/

Confira as datas e os locais de cada evento no mapa abaixo:


Seminário traz importância da pesquisa e capacitação para a agropecuária sustentável

O Projeto Rural Sustentável - Cerrado realizou, nos últimos dias 28 e 29 de agosto, o Seminário Final das Pesquisas e Apresentação da Produção Técnica e Acadêmica da 1ª Edição do Mestrado Profissional. O evento reuniu mais de 120 pessoas na sede do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), em Brasília (DF), com o objetivo de debater a importância das ações de pesquisa e capacitação para a transformação sustentável da agropecuária brasileira. Entre os participantes, estavam representantes do IABS, Governo do Reino Unido, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Embrapa e da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

O Seminário também contou com transmissão online pelo canal do IABSTV, no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=0GyCFjsSRjw
Durante a programação, houve a apresentação das pesquisas apoiadas pelo PRS - Cerrado e dos trabalhos de dissertação desenvolvidos pela 1ª turma do Mestrado Profissional, realizado em parceria com a UFLA – duas ações do Projeto que contribuem em um objetivo conjunto: mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda e a sustentabilidade de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, promovendo a adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono.

O líder de agricultura sustentável na missão diplomática britânica no Brasil, João Oliveira, destaca a parceria entre os países para o cumprimento desse objetivo. “Essa parceria do Reino Unido com o governo brasileiro é muito importante, porque o Brasil é um país de grande relevância para o atingimento das metas e acordos globais. Portanto, faz todo sentido investir e incentivar esse desenvolvimento sustentável da agricultura, uma vez que nós temos grandes desafios na área do clima e da biodiversidade”, comenta João.

Para Márvio Abreu, professor e coordenador da UFLA no Programa de Pós-graduação em Ciências e Tecnologia da Produção Animal do Mestrado Profissional, “é preciso que a gente discuta cada vez com mais profundidade e responsabilidade o tema da sustentabilidade para que possamos garantir os recursos atuais para gerações futuras. E é através de ações como essas que conseguimos aumentar o número de atores envolvidos que levarão adiante esses conhecimentos e, assim, teremos um sucesso ao nosso alcance.

Sobre as Pesquisas

Com o objetivo de promover a geração de conhecimento e fortalecer instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento de estudos relacionados à agropecuária sustentável e de baixa emissão de carbono no bioma Cerrado, o PRS - Cerrado apoiou financeiramente  a execução de projetos de pesquisa em duas linhas de atuação:

  • Pesquisas Direcionadas – englobam os projetos que objetivam responder às principais lacunas e demandas de conhecimento atuais sobre tecnologias de baixa emissão de carbono e temas afins, com colaboração direta da Embrapa;
  • Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – foram selecionadas e viabilizadas pesquisas em modelos de produção sustentável nos territórios abrangidos pelo PRS - Cerrado, com a participação ativa de diversas instituições nacionais e regionais.

Com o investimento de mais de 12 milhões de reais, foram apoiadas 35 pesquisas científicas agrupadas por temáticas, sendo 13 delas da linha das Pesquisas Direcionadas e 22 contempladas pelo processo de seleção do Edital de Pesquisa e Desenvolvimento.

O Cerrado é um bioma muito rico que compreende cerca de 25% do território brasileiro e o PRS - Cerrado chega para contribuir com todas as ações que visam a agricultura sustentável de baixo carbono nesses locais. Todas essas pesquisas que desenvolvemos em parceria são extremamente importantes para as políticas públicas brasileiras e os compromissos internacionais que o Brasil tem assumido”, ressalta Ladislau Skorupa, Coordenador científico das pesquisas e pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.

Além da apresentação das pesquisas, o momento do Seminário também marcou o lançamento do livro "Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para a prática sustentável", que apresenta os principais resultados de trabalhos feitos por diversos pesquisadores(as) e colaboradores(as) parceiros. Faça o download gratuito do livro através do site da Editora IABS, aqui neste link.

Sobre o Mestrado Profissional

O Mestrado é uma das ações do Programa de Capacitação do PRS - Cerrado, realizado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), e tem como objetivo capacitar, qualificar e aperfeiçoar profissionais em práticas produtivas sustentáveis, gestão da propriedade e em tecnologias e inovação para o campo. As principais temáticas debatidas durante o curso são: mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE); redução de desmatamento; práticas produtivas sustentáveis e de baixa emissão de carbono, com foco nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD); conservação da biodiversidade no Cerrado, entre outras.

A engenheira agrônoma da Empaer Mato Grosso, Ana Carla Vidotti, foi uma das alunas da 1ª Edição do Mestrado e conta sobre a sua experiência: “Foi muito enriquecedor conviver com outros colegas de outras realidades e formações, isso contribuiu muito pessoalmente e profissionalmente, me fazendo ter uma visão mais crítica de todo o sistema onde estou inserida. Agora, eu vou poder auxiliar melhor os produtores com os quais eu trabalho de uma maneira mais assertiva e prática para que eles possam aplicar esses conhecimentos no campo.

Thiago Assis, professor e coordenador da UFLA no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão ressalta a importância de se formar profissionais na área sustentável. “Os profissionais que estão formando saem com uma bagagem de conhecimento para atuar de forma interdisciplinar frente a esses desafios tão complexos. A gente fala de desenvolvimento rural sustentável e precisamos de pessoas preparadas para olhar para esses problemas de forma crítica por diversos aspectos, considerando a importância da produção, da técnica e dos diversos atores envolvidos no meio rural”, destaca.

O Mestrado Profissional também contou com o lançamento de um livreto durante o Seminário. A publicação apresenta todos os detalhes da 1ª Edição do Mestrado e dos temas de dissertação dos participantes. Você confere todas essas informações do livreto clicando neste link aqui.


Rodada das ATERs Coletivas traz temas relevantes para a agropecuária sustentável

Durante os meses de agosto e setembro, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado está promovendo mais uma rodada das ATERs Coletivas, um momento de intercâmbio de experiências entre as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e os(as) beneficiários(as) do PRS - Cerrado. A rodada faz parte da trilha de UM do Projeto e será composta por 40 Dias de Campo (DCs) – um por cada Organização Socioprodutiva (OSP) – distribuídos pelos estados de atuação Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Além da troca de experiências, esses momentos proporcionam que produtores(as) das regiões aperfeiçoem os seus conhecimentos acerca de temas relevantes no meio rural sustentável e os coloquem em prática em suas propriedades.

Conheça alguns dos temas que estão sendo abordados durante os Dias de Campo das ATERs Coletivas neste mês e a importância deles para uma agropecuária mais eficiente e sustentável:

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Alternativa para aumentar a dinamicidade e sustentabilidade produtiva, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é uma tecnologia produtiva de baixa emissão de carbono e uma forma de mitigar e adaptar o campo às mudanças climáticas. Essa estratégia de produção integra diferentes atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área – em uma forma de cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação – buscando efeitos sinérgicos entre seus componentes, contemplando a adequação ambiental e a viabilidade econômica.

O sistema de ILPF pode ser classificado em quatro modalidades: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); Integração Lavoura Floresta (ILF); Integração Pecuária Floresta (IPF); e Integração Lavoura Pecuária (ILP). A escolha da modalidade mais adequada deve ser feita com base na análise das características da região, condições do clima e objetivos do(a) produtor(a) rural.

Sistema de Produção Agroflorestal e a Agricultura Sintrópica

O Sistema de Produção Agroflorestal, ou Sistemas Agroflorestais (SAFs), é um Sistema Produtivo Sustentável e uma forma de uso do solo que combina, em uma mesma área e em um determinado tempo, florestas e culturas produtivas. Essa estratégia concilia benefício econômico, restauração ambiental e adaptação às mudanças climáticas. As agroflorestas reduzem a degradação ambiental da lavoura, melhoram a  qualidade e disponibilidade da água e reduzem o risco de erosão e desmatamento.

Devido à diversidade de espécies e de produtos advindos dos SAFs, esse é um sistema de produção interessante para a Agricultura Familiar. Agricultores e agricultoras que cultivam nesses sistemas favorecem a segurança financeira a curto, médio e longo prazo, ao possibilitar o comércio das culturas agrícolas, das espécies frutíferas e, após alguns anos, a venda de outros insumos sustentáveis.

Com o objetivo de aproveitar ao máximo o terreno para a manutenção e reintrodução das espécies de plantas nativas, a Agricultura Sintrópica é uma forma de Sistema Agroflorestal (SAF). Nela, as plantas são cultivadas em consórcio e dispostas em linhas paralelas, intercalando espécies de portes e características diferentes. O ciclo temporal dos consórcios é um fator fundamental para o bom funcionamento desse modelo, desta forma, à medida que os ciclos de plantio ocorrem, o solo é enriquecido com a disponibilidade de matéria orgânica remanescente das colheitas.

Planejamento Forrageiro e o Uso de Plantas de Cobertura

Importante estratégia para garantir e otimizar o uso das pastagens na produção pecuária, o Planejamento Forrageiro é um método preventivo para reduzir os riscos e prejuízos do campo nos períodos de seca. O uso correto de plantas forrageiras – gramíneas ou leguminosas cultivadas para proteger o solo, alimentar animais e fornecer palha – ajuda a manter a oferta de alimento e segurança nutricional dos animais, adequando a qualidade e a quantidade de pastagem disponível.

Para um bom Planejamento, é necessário conhecer o sistema de produção e a dinâmica interativa entre a qualidade do solo, consumo e demanda do rebanho e as características das plantas de cobertura presentes no pastejo. Algumas práticas que se enquadram neste Planejamento são: uso de forrageiras mais produtivas e adaptadas; conservação de forragem; adubação; venda programada dos animais; e rotação da cultura a partir da Integração Lavoura-Pecuária (ILP).

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD) são sistemas produtivos e estratégias que buscam a produção agropecuária comprometida com reduzir a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Aplicam, inclusive, o Planejamento Forrageiro e o Uso de Plantas de Cobertura como métodos para recuperar e mitigar a degradação de determinada área e promover a sustentabilidade no setor agrícola e pecuário.

Manejo de Pastagens e tecnologias utilizadas na produção de rebanho leiteiro mestiço

O Manejo de Pastagens é um conjunto de ações voltadas para conservar o solo, evitar a degradação do pasto e possibilitar a produção constante de forrageira (capim e gramíneas). Tem como objetivo melhorar a quantidade e qualidade dos produtos de origem animal como carne e leite e, ao mesmo tempo, busca não interferir no desenvolvimento do capim e na qualidade do solo.

Estratégia que concilia o controle dos animais e da estrutura do pasto, é aplicada principalmente a partir de dois sistemas: pastejo contínuo e o pastejo rotacionado, também chamado de piqueteamento. A escolha para uso de um desses desses sistemas depende das necessidades de produção e das características climáticas e geológicas do terreno.

Como proposta a longo prazo, evita a degradação das pastagens – a  partir de métodos como ajuste do número de animais em determinada área, análise anual da fertilidade do solo, atenção à altura do capim e o controle periódico de ervas daninhas, pragas e doenças. Além da melhoria da produtividade e da renda dos produtores e produtoras, reduz os impactos ambientais, como erosão, emissão de carbono, perda de nutrientes do solo e assoreamento dos cursos d’água. Esse conjunto de fatores aumenta a vida útil do pasto e proporciona maior segurança produtiva.

Produção Agroecológica na Agricultura Familiar

Promovendo uma produção eficiente, sustentável e rica em diversidade de alimentos, a união entre Agroecologia e Agricultura Familiar também significa maior estabilidade produtiva. Essa relação contribui para autonomia e segurança alimentar e nutricional da população, fortalecendo a sustentabilidade financeira das pessoas no campo e impulsionando a economia municipal e regional. Um outro indicador interessante é que, atualmente, os produtores(as) e consumidores(as) estão cada vez mais preocupados com alimentos saudáveis e sem pesticidas, o que fortalece a presença da Agricultura Familiar Agroecológica no mercado.

Exemplos de práticas agroecológicas na Agricultura Familiar são: culturas rotacionadas, Sistemas Agroflorestais (SAFs) biodiversos integrados à produção, consórcio de cultivos e a diversidade da agricultura e da criação de animais. Como consequência, incentivam a integração entre as unidades de cultivo, melhoram continuamente os serviços ecossistêmicos e promovem a conservação e recuperação ambiental da propriedade.


PRS - Cerrado realizará evento de encerramento das pesquisas e do Mestrado

Nos dias 28 e 29 de agosto, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado realizará o Seminário Final das Pesquisas e Apresentação da Produção Técnica e Acadêmica da 1ª Edição do Mestrado Profissional. O evento acontecerá a partir das 8h, na sede do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), em Brasília (DF), e terá transmissão ao vivo no YouTube pelo canal IABSTV.

O Seminário contará com uma mesa de abertura com a presença de representantes do IABS, Governo do Reino Unido, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Embrapa e da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Logo em seguida, uma palestra inspiradora dará continuidade ao evento em torno da temática “A importância das ações de pesquisa e capacitação para a transformação sustentável da agropecuária brasileira”. Além disso, a programação traz a apresentação das pesquisas apoiadas pelo PRS - Cerrado e dos trabalhos de dissertação desenvolvidos pela 1ª turma do Mestrado Profissional, em parceria com a UFLA.

Clique aqui e acesse a programação completa!

Sobre as Pesquisas

Com o objetivo de promover a geração de conhecimento e fortalecer instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento de estudos relacionados à agropecuária sustentável e de baixa emissão de carbono no bioma Cerrado, o PRS - Cerrado apoiou financeiramente  a execução de projetos de pesquisa em duas linhas de atuação:

  • Pesquisas Direcionadas – englobam os projetos que objetivam responder às principais lacunas e demandas de conhecimento atuais sobre tecnologias de baixa emissão de carbono e temas afins, com colaboração direta da Embrapa;
  • Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) foram selecionadas e viabilizadas pesquisas em modelos de produção sustentável nos territórios abrangidos pelo PRS - Cerrado, com a participação ativa de diversas instituições nacionais e regionais.

Com o investimento de mais de 12 milhões de reais, foram apoiadas 35 pesquisas científicas agrupadas por temáticas, sendo 13 delas da linha das Pesquisas Direcionadas e 22 contempladas pelo processo de seleção do Edital de Pesquisa e Desenvolvimento.

Saiba mais sobre o investimento do Projeto em Pesquisas

Sobre o Mestrado Profissional

O Mestrado é uma das ações do Programa de Capacitação do PRS - Cerrado, realizado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), e tem como objetivo capacitar, qualificar e aperfeiçoar profissionais em práticas produtivas sustentáveis, gestão da propriedade e em tecnologias e inovação para o campo. As principais temáticas debatidas durante o curso são: mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE); redução de desmatamento;, práticas produtivas sustentáveis e de baixa emissão de carbono, com foco nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD);, conservação da biodiversidade no Cerrado, entre outras.

A 1ª Edição foi iniciada em 2022 e está sendo finalizada no evento em questão, com a apresentação geral da produção técnica e acadêmica dos(as) estudantes. A 2ª Edição e a 3ª Edição do Mestrado Profissional estão atualmente em andamento.

Saiba mais sobre o Mestrado Profissional do PRS - Cerrado


Confira a agenda dos Dias de Campo do PRS – Cerrado em agosto

Em busca de proporcionar trocas de experiências e sensibilizar produtores(as) rurais sobre a implementação da agropecuária de baixa emissão de carbono, o PRS – Cerrado realizará novos Dias de Campo (DCs) ao longo do mês de agosto. Ao todo, serão 23 eventos, que acontecerão em 20 municípios localizados nos quatro estados de atuação do Projeto: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os eventos são abertos para todos(as) interessados(as) no tema e que buscam contribuir no debate acerca do rural sustentável.

Esses encontros do mês de agosto marcam o início de uma nova rodada dos Dias de Campo de ATER Coletiva, que tem como objetivo aproximar as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e as Organizações Socioprodutivas (OSPs), com diferentes assuntos mais pertinentes para cada OSP. Entre os temas que serão abordados nos DCs estão: Produção Agroecológica na Agricultura Familiar, Implantação e manejo das pastagens, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), entre outros.

Caso tenha interesse em participar dos Dias de Campo do PRS - Cerrado, procure o(a) monitor(a) de sua região: https://www.ruralsustentavel.org/projeto/como-atuamos/

Confira as datas e os locais de cada evento no mapa abaixo:


Finalizadas as Ações de Popularização da Produção Rural Sustentável

Promover a sensibilização de crianças e jovens acerca da agropecuária sustentável e da baixa emissão de carbono – esse foi o objetivo das Ações de Popularização da Produção Rural Sustentável, do Programa de Capacitação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado. Ao longo dos anos de 2022 e 2023, em duas edições, essas ações envolveram mais de 3 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio de 84 escolas públicas dos quatro estados de atuação do Projeto: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Por meio de uma Jornada de Aprendizagem composta por vivências e oficinas específicas para cada faixa etária, os(as) estudantes foram convidados a refletir sobre o senso de pertencimento à natureza, seu papel na preservação e conservação dos recursos naturais e a sua relação com o território, a escola e a comunidade.

Jornada de Aprendizagem e o Jogo Coopera Cerrado

Com seis etapas, a Jornada de Aprendizagem propôs atividades integradas de contato direto dos estudantes com a natureza. Em Preparar o solo, a proposta foi expandir os saberes a respeito da potencialidade do solo e a possibilidade de todo indivíduo poder contribuir com ações sustentáveis para o planeta. Na segunda etapa, Preparar as sementes, o foco foi mostrar a importância das sementes para a biodiversidade, autonomia, empoderamento do(a) produtor(a) e da comunidade. Logo em seguida, a Jornada trouxe as etapas Semear, com a plantação de espécies consorciadas; a etapa Manejar, onde foi possível compreender a linguagem das plantas e o manejo de resíduos sólidos; para finalmente na etapa Colher, recolher as dádivas que a terra oferece. Por fim, a etapa Beneficiar/Irradiar agregou saberes e valores aos produtos colhidos durante a jornada para serem compartilhados com a comunidade. Ao longo da Jornada, as crianças e jovens ainda tiveram a oportunidade de participar de Dias de Campo em propriedades rurais parceiras do Projeto, onde vivenciaram na prática todos os aprendizados adquiridos.

As escolas que optaram pelo fluxo contínuo da Jornada de Aprendizagem e realizaram todas as atividades previstas, puderam participar do Jogo Coopera Cerrado e concorrer ao Prêmio Escolar Coopera Cerrado.

Os patamares de premiação consistiram nos níveis básico, top e super, com o valor do prêmio começando a R$ 2 mil e podendo ir até R$ 8 mil. Além dos prêmios previstos, as escolas premiadas na categoria super, e que realizaram interações com outras instituições, ganharam um valor adicional de R$ 10 mil, classificando-se na categoria super sustentável. Todos os recursos financeiros foram destinados ao financiamento de projetos elaborados pelas escolas para melhorias nas instalações e/ou promoção de atividades comunitárias e/ou socioambientais.

Sobrevoo das edições

A 1ª edição das Ações da Popularização da Produção Rural Sustentável aconteceu durante o ano de 2022 com 44 escolas participantes e quase 2 mil estudantes matriculados. Com o recurso adquirido pelo Jogo Coopera Cerrado, as escolas conseguiram equipamentos como computadores, impressoras, aparelhos de ar condicionado, caixas de som, e realizaram melhorias nas instalações, como reformas nos banheiros e construção de cercas e estufas em hortas.

Já em 2023, a 2ª edição das Ações da Popularização da Produção Rural Sustentável reuniu 40 escolas participantes e mais de 1.600 estudantes. Entre as melhorias a serem implementadas nas escolas – escolhidas pelas próprias comunidades escolares – estão a construção de sala multimídia e sala esportiva, aquisição de equipamentos científicos, construção de pátios e a instalação de placas solares.

“Essas atividades são importantes porque vão ajudar na minha vida e na vida de outras pessoas pra quem eu vou repassar o que eu aprendi, porque assim a gente pode salvar o meio ambiente que está sendo muito prejudicado por causa de queimadas, poluição e lixo em lugares inadequados.”
Estudante Pâmela NeresEscola Municipal Professor Licurgo de Oliveira Bastos (MS)
“Quando eu soube que eram atividades do rural sustentável, fiquei muito interessado. Eu aprendi muitas coisas novas, como plantar, como fazer compostagem, e experimentei plantas comestíveis que eu nem sabia que existiam.”
Estudante EduardoEscola Municipal Professor Licurgo de Oliveira Bastos (MS)
“Eu aprendi bastante sobre os solos. O conhecimento vale muito a pena. Aprendi sobre como plantar e várias outras coisas. Levo sabedoria e fico muito feliz por ter participado.”
Estudante Sofia GabrielaEscola Monteiro Lobato (GO)
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Legado

Ações como a de Popularização da Produção Rural Sustentável nas escolas são fundamentais para construir um legado positivo para o futuro de crianças e adolescentes. Ao praticar e aprender sobre sustentabilidade e a conservação do Cerrado, novos conhecimentos são adquiridos e podem ser compartilhados com as famílias diretamente ligadas ao campo, gerando troca de saberes e promovendo uma consciência ambiental mais ampla. Essas ações de educação ambiental incentivam esses jovens a continuarem no campo, reconhecendo novas oportunidades de crescimento por meio de potencialidades de uma agropecuária mais sustentável. Desta forma, as chances de sucessão familiar no campo aumentam e preparam as novas gerações para gerenciar recursos de forma responsável, eficiente e sustentável.

"Após duas edições das Ações de Popularização, sinto que o Projeto cumpriu sua missão de dispersar sementes de um conhecimento muito importante sobre a produção rural sustentável no Cerrado, um conhecimento decisivo para a habitabilidade no bioma nos próximos anos e para o surgimento de novas habilidades, até mesmo profissões que nossos jovens irão desempenhar no futuro", compartilha Denise Agustinho, Gerente de Empoderamento Social do PRS - Cerrado.

https://www.youtube.com/watch?v=7SwaQAEKYEQ

Saiba mais sobre as Ações de Popularização nas escolas

Confira mais notícias sobre a Popularização: Escolas do Super Sustentável são premiadas no Jogo Coopera Cerrado; Ações de popularização da produção rural sustentável nas escolas avançam; Escolas das ações de popularização participam de reunião de boas-vindas.


Agricultura de baixo impacto ambiental é exemplo de produção eficiente e sustentável

Diversa, a agricultura sustentável apresenta características distintas para cada estado, região e bioma do país. Ela é construída no dia a dia de quem produz, seja em campos, savanas, semiáridos, florestas e outros ecossistemas. É feita por pessoas assentadas, produtores e produtoras, quilombolas, indígenas, silvicultoras e extrativistas.

Respeitando as especificidades de cada território, o Programa Rural Sustentável (PRS) desenvolve práticas alternativas que buscam alavancar a produção agrícola de baixa emissão de carbono em biomas estratégicos. A partir dele, foram criados o Projeto Rural Sustentável - Cerrado, o Projeto Rural Sustentável - Amazônia (ambos em andamento) e o Projeto Rural Sustentável - Caatinga (finalizado em 2023).

Em direção ao fortalecimento da agricultura de baixo impacto ambiental e redução dos gases do efeito estufa, um dos principais eixos do Programa é o incentivo às agriculturas - principalmente a quem produz e vive daquilo que maneja. Algumas dessas formas de produção são a Agricultura Familiar, os Sistemas Agroflorestais (SAFs), a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e as Tecnologias Sociais.

Projeto Rural Sustentável - Cerrado

Savana mais biodiversa do planeta e o berço das águas do Brasil, o Cerrado está presente em 11 estados, abrangendo quase um quarto da área brasileira, com uma extensão territorial de 2 milhões de quilômetros quadrados.

Nos 101 municípios abrangidos pelo Projeto Rural Sustentável - Cerrado, nos quatro estados de atuação - Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais -, é colocado de frente o desafio de mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) ao mesmo tempo em que se busca aumentar a renda e a sustentabilidade de pequenos e médios produtores e produtoras rurais. Na prática da agricultura, estes produtores encontram uma forma de produzir os próprios alimentos, garantir renda própria, comercializar produtos e gerar empregos no campo.

Além disso, Organizações Socioprodutivas (OSPs) apoiadas pelo Projeto também atuam no fortalecimento da agricultura familiar em suas regiões. Ao lado de todos esses trabalhadores rurais, é possível ir além da produção de frutas e verduras nativas, mas também ampliar os mercados de comercialização de produtos agroecológicos e estimular o consumo consciente. Tudo isso acontece com uma agricultura e agropecuária pensadas de forma sustentável, junto a tecnologias de baixa emissão de carbono como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

Alternativa para aumentar a dinamicidade e sustentabilidade produtiva, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta consiste na produção sustentável que incorpora pecuária, agricultura e práticas florestais. Mais uma forma de mitigar e adaptar o campo às mudanças climáticas, a ILPF reduz o desmatamento e tem alto potencial de sequestro de carbono. Para o Brasil, esse é um caminho para recuperar os 69 milhões de hectares de pastagens com degradação moderada ou severa no país — informação do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig/UFG). Assim, possibilita o aumento da produtividade sem abrir novas áreas de vegetação nativa.

No Projeto Rural Sustentável - Cerrado, já são cerca de 3.700 propriedades rurais envolvidas, com mais de 500 Dias de Campo realizados, e mais de 15 mil participantes em ações de sensibilização, treinamento e capacitação, tudo para alavancar o uso sustentável da terra de 360 mil hectares de área total de propriedades envolvidas.

Para o Projeto,  o agricultor é um dos protagonistas. “O PRS - Cerrado possui, em sua maioria, pequenos (as) produtores (as) rurais como beneficiários (as). Desde a seleção, buscamos ajustar as atividades para este público, que tem recebido muito bem as diversas atividades de capacitação, assistência técnica e fortalecimento de suas organizações socioprodutivas”, detalha a coordenadora de campo do Projeto, Marília Ramos. “Estar mais uma vez lado a lado com agricultores familiares e acompanhar os avanços em suas propriedades tem sido um enorme aprendizado”, complementa.

Saiba mais sobre o Projeto Rural Sustentável - Cerrado.

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Na prática da agricultura, estes produtores encontram uma forma de produzir os próprios alimentos, garantir renda própria, comercializar produtos e gerar empregos no campo
No PRS - Cerrado, já são cerca de 3.700 propriedades rurais envolvidas, mais de 500 Dias de Campo realizados e mais de 15 mil participantes em ações de sensibilização


Projeto Rural Sustentável - Amazônia

O bioma Amazônia, conhecido pela sua vasta extensão territorial e rica sociobiodiversidade, também abriga mais de um milhão de produtores — dos quais mais de 89% são pequenos agricultores, de acordo com o Censo Agropecuário de 2017. Por lá, o conhecimento ancestral reflete nas práticas produtivas das populações locais, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais e o sustento das famílias.

No bioma, o Projeto Rural Sustentável - Amazônia atua em três estados e é parceiro de 18 Organizações Socioprodutivas (OSPs), que trabalham com seis cadeias produtivas: no Amazonas, com a  castanha-do-Brasil e pirarucu de manejo; no Pará, com o açaí e o cacau; e em Rondônia, com o café e peixes redondos. As organizações atuam diretamente com a agricultura familiar e com a aquicultura, atividades de baixa emissão de carbono e fonte de renda das comunidades indígenas, quilombolas e demais comunidades locais envolvidas no Projeto.

E foi pensando nas diferentes realidades que compõem a Amazônia que o  Projeto tem buscado apoiar cada produtor e produtora, desde o cultivo até a comercialização dos seus produtos. São ações que buscam em conjunto alternativas para fortalecer a cadeia produtiva, para aumentar a renda e para ter maior acesso a mercados, sempre aliando produtividade à conservação do meio ambiente local. Nessa trajetória, também queremos criar alternativas que agreguem valor à produção local e que fortaleçam mercados diferenciados.

A coordenadora estadual no Pará, Carla Furtado, explica que a atuação do PRS - Amazônia parte do respeito às tradições locais e também da implementação conjunta de estratégias sustentáveis e inovadoras, que promovam o bem-estar social das famílias produtoras.

“Neste sentido, as ações  do Projeto Rural Sustentável Amazônia vêm  incentivando cada vez mais o fortalecimento da Sociobioeconomia nos três estados de atuação e nas seis cadeias produtivas. Essas atividades têm o objetivo de assegurar  o desenvolvimento econômico, a proteção ambiental e a inclusão social, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e deixando um legado para gerações futuras”, finaliza.

É por meio desse conjunto de ações que o PRS-Amazônia busca construir, com as organizações, produtores e produtoras locais, um futuro mais justo, próspero e sustentável, para todos e todas.

Saiba mais sobre o Projeto Rural Sustentável - Amazônia.

As atividades têm o objetivo de assegurar o desenvolvimento econômico, a proteção ambiental e a inclusão social.
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O conhecimento ancestral reflete nas práticas produtivas das populações locais, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais e o sustento das famílias.


Projeto Rural Sustentável - Caatinga

Um bioma exclusivamente brasileiro é a Caatinga. Semiárido mais biodiverso do mundo, faz parte da região com a agricultura familiar mais produtiva do país. É lar de 27 milhões de habitantes, com diversa dimensão social, humana e cultural, rica em formas tradicionais de lidar com o território e a natureza. E tem muito o que ensinar sobre adaptação e resiliência climática.

Considerando isso, o Projeto Rural Sustentável - Caatinga (PRS - Caatinga) trabalhou durante quatro anos (2019-2023) nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí e Sergipe, em 31 municípios. Movido pela missão de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e viabilizar a economia no bioma, sua força motora também foi o desejo de reduzir a pobreza local e contribuir para a segurança alimentar.

Aliada à percepção de uma agricultura regenerativa e sustentável, foram construídas Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC) — como Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta e o Manejo Sustentável de Florestas — para mais de 1.500 famílias produtoras rurais do território. Em parceria com 20 entidades dos Arranjos Produtivos Locais, foram mais de 5 mil pessoas impactadas. Nesse cenário, as Tecnologias Sociais de Convivência com o Semiárido nordestino (TS-CSA) e o incentivo ao cooperativismo e à sociobioeconomia foram estruturais para concretizar a missão do Projeto.

Relevantes para desenvolver e otimizar a produção, fortalecer a autonomia da agricultura local e melhorar a qualidade de vida na Caatinga, as tecnologias sociais são instrumentos, técnicas e metodologias reaplicáveis, acessíveis e construídas de forma comunitária. Desenvolvidas pelos produtores locais e transmitidas por gerações, promovem soluções efetivas para transformação social, territórios sustentáveis e saudáveis e as seguranças hídrica, energética e alimentar.

Biodigestores, fossas jardim, dessalinizadores, as cisternas enxurrada e calçadão, ecofogões e os Sistemas Agroflorestais são exemplos de tecnologias sociais incentivadas pelo PRS - Caatinga. Além de reduzir os custos – promovendo acessibilidade —, essas ferramentas reduzem as perdas agrícolas, auxiliam no melhor armazenamento dos recursos naturais e da produção, fortalecem a qualidade do solo e, principalmente, apoiam a capacidade de resposta e proteção do agricultor diante de eventos extremos ligados à seca.

Ao final, o PRS - Caatinga evitou o desmate de 244,16 hectares (ha) no semiárido e reduziu cerca de 1.2 milhão de toneladas de CO2 (gás carbônico) emitidos na atmosfera. Para garantir a autonomia técnica no bioma e possibilitar a continuidade das práticas produtivas sustentáveis, 700 profissionais de Assistência Técnica e Extensão Rural foram capacitados em Tecnologias de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono.

“Nossos resultados, que superam todas as metas estabelecidas no início deste caminho, mostram que a percepção de que o bioma [Caatinga] tem papel relevante e estratégico na agenda ambiental estava correta. Mais que isso, os sorrisos, abraços e as histórias de desconfiança iniciais superadas ao ver áreas antes improdutivas se transformarem em segurança alimentar e aumento de renda, coletadas ao longo desses quatro anos, nos dão a certeza de que todos podem e querem contribuir para um planeta sustentável”, rememora o diretor do PRS - Caatinga, Pedro Leitão.

Saiba mais sobre o Projeto Rural Sustentável - Caatinga.

Aliada à percepção de uma agricultura regenerativa e sustentável, o Projeto incentivou as Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC) no bioma
Em parceria com 20 entidades dos Arranjos Produtivos Locais, foram mais de 5 mil pessoas impactadas pelas tecnologias do PRS - Caatinga
Uma das forças motoras do PRS - Caatinga foi o desejo de reduzir a pobreza local e contribuir para a segurança alimentar.


Fortalecer a agricultura de emissão de carbono rumo à sustentabilidade

Sendo uma construção conjunta, o Programa Rural Sustentável é fruto de parcerias que vão além das muito importantes tecnologias sociais, alternativas agrícolas, etapas de pesquisa e atividades de campo. É uma tapeçaria de histórias, transformações de vidas e um caminho de soluções para o presente e futuro. Nesta trajetória, os agricultores e as agricultoras são essenciais.

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