COP30: PRS leva resultados de agropecuária sustentável com atuação em 21% do território nacional
A COP 30, realizada em Belém (PA), terá a presença de um dos principais agentes da agropecuária sustentável da América Latina: o Programa Rural Sustentável (PRS). A iniciativa vem transformando a paisagem agropecuária brasileira em 21% do território nacional – cobrindo 252 municípios na Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica – com o objetivo de mitigar os Gases de Efeito Estufa (GEE), por meio do fortalecimento e adoção de práticas de baixo carbono. Na Conferência do Clima de 2025, o programa terá uma agenda intensa de painéis e debates nas Blue Zone, Green Zone, Agrizone e Tech Zone, abordando desde assistência técnica e extensão rural e educação sustentável, à valorização de produtos da sociobiodiversidade.
Nos biomas brasileiros, o Programa desdobra-se em 4 grandes projetos: Projeto Rural Sustentável Amazônia, Projeto Rural Sustentável – Cerrado, Projeto Rural Sustentável – Mata Atlântica e Amazônia (Fase 1) e Projeto Rural Sustentável – Caatinga - sendo os três primeiros executados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e o último executado pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
Participações do Programa Rural Sustentável na COP 30
Seminário de Boas Práticas de ATER - 11 de novembro
Horário: 14h - 18h
Local: Agrizone
Objetivo: Será um momento para compartilhar os aprendizados, experiências e resultados do planejamento e implementação da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), no âmbito do PRS – Amazônia e PRS – Cerrado.
Educação e Popularização para Sustentabilidade no Meio Rural - 12 de novembro
Horário: 15h20 - 16h35
Local: AgriZone, Auditório A4
Objetivo: A mesa redonda busca refletir sobre os aprendizados, resultados e desafios das ações de popularização da agropecuária sustentável para a juventude do Programa Rural Sustentável, assim como destacar o papel da educação ambiental e das escolas como caminho para formar uma geração mais consciente e engajada na construção de um futuro mais sustentável. Será uma oportunidade também para lançar a segunda etapa do curso EaD sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas na Amazônia, gratuito e aberto ao público, desenvolvido em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho.
Seminário vozes do campo: tecnologia, educação e conhecimento - 13 de novembro
Local: Tech Zone (Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá - PCT Guamá)
Horário: 9h - 12h
Objetivo: O propósito é abrir diálogos sobre o papel da Educação e Tecnologia no campo como ferramentas no enfrentamento das mudanças climáticas. Será um espaço de escuta, aprendizagem e vivências práticas com 100 produtores(as) familiares e 50 jovens estudantes das Casas Familiares Rurais, mobilizados pela Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), parceira e beneficiária do PRS – Amazônia.
Mercados da Sociobiodiversidade e Clima - 13 de novembro
Local: Blue Zone
Horário: 14h45 - 15h45
Objetivo: Serão apresentados os dados da publicação “Destravando mercados sustentáveis: a experiência do Projeto Rural Sustentável - Amazônia com o fortalecimento de cadeias da sociobiodiversidade amazônica para o acesso a mercado para destravar cadeias”, abordando desde questões de logística a políticas públicas e capacitações. Também serão compartilhadas boas práticas de acesso a mercados e como o PRS – Amazônia tem contribuído para trazer resultados positivos para as Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras e para as seis cadeias produtivas fortalecidas.
Curso formativo PRS – Amazônia - 13 de novembro
Local: PCT - Guamá
Horário: 14h - 18h
Objetivo: Será realizada presencialmente a segunda etapa do curso sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia. A capacitação também conta com a versão online e é gratuita, disponível no site do PRS – Amazônia.
Da Floresta aos Mercados: Lançamento da Publicação das Cadeias da Sociobiodiversidade Amazônica como Rota de Justiça Climática e Econômica - 14 de novembro
Local: Blue Zone
Horário: 11h30 - 12h30
Objetivo: A publicação é fruto de diálogos, oficinas e seminários com a base produtiva, atores de mercado e setor público para entender os principais desafios, lacunas e oportunidades presentes nas cadeias produtivas fortalecidas pelo PRS – Amazônia. O objetivo central é inserir os produtos da sociobiodiversidade amazônica em mais mais mercados e aumentar a renda de mais de 1.400 famílias produtoras e agroextrativistas associadas às 30 Organizações Socioprodutivas (OSPs) dos estados do Amazonas, Pará e Rondônia, também apoiadas pelo Projeto.
Curso formativo PRS – Amazônia - 14 de novembro
Local: PCT - Guamá
Horário: 8h -12h/14h -18h
Objetivo: Será realizada presencialmente a segunda etapa do curso sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia com as Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras. O curso oferece a versão online e gratuita e ficará disponível no site do PRS – Amazônia, após o lançamento.
Chocolate Amazônico: o encontro do Cacau Xingú e do Café da Mata - 14 de novembro
Local: AgriZone, Auditório A3
Horário: 12h40 - 13h55
Objetivo: Objetivo: A mesa redonda propõe diálogos e a sinergia que pode acontecer entre as organizações amazônicas, como a união do Chocolate Cacau Xingú ao Leite com Café Robusta. Essa é uma parceria que une duas cadeias produtivas e duas da Organização Socioprodutiva (OSPs) apoiadas pelo PRS – Amazônia.
Produção sustentável: a Experiência de ATER no PRS – Cerrado e Amazônia - 15 de novembro
Local: AgriZone, Auditório A4
Horário: 12h40 - 13h55
Objetivo: A mesa redonda tem por objetivo evidenciar os aprendizados, resultados e desafios das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) nos biomas Cerrado e Amazônia. No Cerrado, o foco está na implantação de tecnologias de baixa emissão de carbono, como os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD). Já na Amazônia, a abordagem une o conhecimento ancestral e técnico para o fortalecimento das cadeias de valor com foco no aumento da produção e renda, aliada a conservação da floresta.
Apresentação das ações e resultados do Projeto Rural Sustentável - Amazônia no estado do Pará - 19 de novembro
Local: Pavilhão Pará, Sala Samaumeira (GreenZone)
Objetivo: Serão apresentadas as ações e resultados do Projeto Rural Sustentável – Amazônia no estado do Pará, que estende-se a fortalecer as cadeias produtivas e as Organizações Socioprodutivas (OSPs) locais, como foco na geração de renda aliada à conservação da floresta.
Programa Rural Sustentável - Apresentação de Lições Aprendidas e de Resultados - 20 de novembro
Horário: 16h40 - 17h55
Local: AgriZone, Auditório A2
Objetivo: A mesa redonda destacará principais resultados e aprendizados do Programa Rural Sustentável, ao longo dos últimos anos. O evento também abordará os avanços na mitigação de emissões, inclusão socioprodutiva e adoção de sistemas integrados de produção para uma agricultura mais sustentável, em consonância com os temas prioritários da COP 30 e da AgriZone. O evento reunirá representantes das diferentes instituições que compõem o projeto — como o MAPA, BID, Defra (Governo do Reino Unido), Embrapa, IABS e FBDS — bem como beneficiários(as) diretos(as), como produtores(as) rurais, cooperativas e associações locais.
A intensa participação do Programa Rural Sustentável na COP 30 é um reflexo de anos de trabalho dedicados ao desenvolvimento rural aliado à conservação da floresta. mostrando para o mundo que é possível unir saber tradicional, ciência e o fortalecimento e adoção de práticas sustentáveis em prol de um planeta mais próspero, inclusivo e sustentável. Acompanhe nossas redes sociais e fique por dentro de tudo!
Dia Internacional das Mulheres Rurais: como a força feminina impulsiona a produção sustentável
Comemorado em 15 de outubro, o Dia Internacional das Mulheres Rurais foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para valorizar o papel das trabalhadoras do campo. A data busca conscientizar a sociedade sobre a importância dessas mulheres na segurança alimentar, no desenvolvimento sustentável e na manutenção da diversidade de vida no planeta, em especial nos biomas brasileiros.
Para transformar esse reconhecimento em prática, o Programa Rural Sustentável implementa, no Cerrado e na Amazônia, estratégias adaptadas à realidade de cada bioma. O foco é fortalecer a autonomia financeira das mulheres rurais, ampliando sua representatividade no campo e aliada a conservação da floresta.
Atualmente, são mais de 1.500 beneficiárias no Projeto Rural Sustentável – Cerrado e no Projeto Rural Sustentável – Amazônia, incluindo agricultoras, produtoras e agroextrativistas ligadas às organizações socioprodutivas. Neste contexto, todas se tornam pilares da sustentabilidade ao criarem um ambiente de aprendizado, escuta ativa e com olhares atentos às necessidades do campo.
No Cerrado, as mulheres são exemplos de cuidado e persistência
As mulheres do Cerrado são protagonistas de um campo que resiste, inova e se reinventa. Elas semeiam, cuidam, colhem e transformam em meio a um cenário marcado por desafios climáticos e econômicos, e, com persistência, são elas que mantêm viva a tradição da produção familiar. Segundo o Censo Agropecuário do IBGE (2017), quase 1 em cada 5 propriedades rurais é administrada por mulheres – e, no Cerrado, essa presença é extremamente significativa, com agricultoras à frente de propriedades, cooperativas e associações que unem produção e conservação, sempre liderando mudanças e práticas mais sustentáveis e inclusivas.
Para muitas dessas mulheres, a vida no campo vai além da atividade econômica, é uma escolha de pertencimento. Um exemplo dessa força é Sônia Maria de Abreu, produtora de Perolândia (GO), e uma das beneficiárias do Projeto Rural Sustentável – Cerrado por meio da Associação dos Trabalhadores na Agricultura do Projeto de Assentamento Três Pontes (ATUAP). Além do cultivo de soja, milho, banana, laranja e mandioca, ela cuida dos animais e administra toda a rotina da propriedade.
“O produtor rural é 24h. A gente mexe com a lavoura desde que começa o dia, cuida da plantação, dos porcos, das galinhas. Mas, também enfrentamos desafios: na hora de comercializar, as pessoas colocam muitas barreiras para chegarmos ao consumidor final”, conta Sônia.

Para ela, a mulher rural é o coração do campo e a valorização desse papel é essencial para o futuro da agropecuária sustentável. “A mulher no campo tem papéis fundamentais. O homem sozinho não consegue tocar esse trabalho completamente, porque a mulher é a inteligência e a força do Cerrado. A mulher tem mais jeito com os animais, ela entende melhor a construção da terra”, afirma.
Dona Sônia também explica que, apesar dos últimos avanços e de novas práticas estarem sendo mais propagadas, muitas famílias rurais ainda encontram obstáculos, principalmente quando se trata do acesso ao crédito rural. Porém, a produtora se firma como um exemplo de persistência: “Meu marido tentou por 3 anos tomar crédito junto ao banco, até que eu tomei frente e disse que não iria desistir até conseguir. A mulher tem persistência e mais mulheres têm que ser valorizadas, porque elas ainda não são. Somos nós que cuidamos da casa, dos animais, quem põe a coisa para rodar".
“A discriminação infelizmente ainda existe e muito". As palavras de Sônia são um lembrete de que, apesar das mulheres estarem conquistando cada vez mais espaço no campo, ainda há barreiras a serem superadas. O reconhecimento do seu papel, o acesso igualitário a crédito, assistência técnica, capacitações e oportunidades são caminhos que precisam continuar sendo abertos. Pensando sempre nesse protagonismo feminino, o Projeto Rural Sustentável – Cerrado segue comprometido com essa transformação: fortalecer as mulheres rurais é fortalecer o Cerrado.
Saiba mais sobre a presença feminina e as ações do PRS – Cerrado em https://www.ruralsustentavel.org/
Na Amazônia, a representatividade feminina vai do campo à entrega do café
Entre as produtoras beneficiárias do Projeto Rural Sustentável – Amazônia, está Ediana Capich, produtora de café associada da Cooperativa dos Agricultores Familiares da Amazônia - Rondônia (LACOOP). Ediana representa a terceira geração de sua família a cultivar o fruto, mas foi em 2019, em Novo Horizonte do Oeste (RO), que encontrou no café robusta amazônico uma missão que une renda, sustentabilidade e o cuidado com as pessoas.

Para ela, o trabalho com o café trouxe reconhecimento e uma visibilidade que deu ainda mais sentido à sua trajetória enquanto produtora. “Levar o que há de mais especial do nosso trabalho para as pessoas é contagiante", compartilha com entusiasmo. “Levar amor, carinho e respeito, e ainda poder me sustentar disso... é simplesmente maravilhoso”, destaca.
A família de Ediana carrega consigo a marca Lagoa da Mata, fruto de uma produção que respeita a natureza e busca a qualidade em cada grão. E é nesse contexto, que ela se sente realizada profissionalmente. “Dentro de cada pacote, o cliente leva para casa muito mais que um café: leva a dedicação, amor e o cuidado em cada grão. É essa essência que se transforma em deliciosas xícaras, repletas de um sabor puro e um aroma verdadeiramente único”, compartilha.

Na sua propriedade, a Ediana participa de todas as etapas da produção até a entrega, especialmente da torra e do envasamento do produto. Após tantos anos na lida, ela compartilha a importância da mulher ocupar esses espaços: “essa participação está sendo construída passo a passo, pois temos [as mulheres] habilidades e visão com mais precisão, somos dedicadas e isso traz bons resultados. Mas, ainda assim, meu desejo é que nosso trabalho tenha o valor correspondente à altura da dedicação em que realizamos nossas atividades”, compartilha.
Para a Ediana, estar nesses espaços é sinônimo de autoestima, cuidado com o próximo e com o meio ambiente. A Organização Socioprodutiva (OSP) que a produtora faz parte aderiu, neste ano, ao PRS - Amazônia – uma parceria que vem ampliando a visibilidade e trazendo resultados para o trabalho dela e de toda a sua família.
Além da assistência para fortalecimento da OSP e da cadeia produtiva do café que o Projeto oferece, recentemente, a produtora participou do 26º Congresso Internacional de Nutrição Funcional, onde pôde vender seu produto, prospectar potenciais parceiros e aumentar a renda.“Precisamos muito desse apoio para estar com o público, mostrar nossos produtos para ter visibilidade. Eu agradeço muito ao Projeto. Isso traz muito conhecimento e nos leva ao consumidor final”, ela finaliza.
Em Rondônia, o PRS – Amazônia atua com as cadeias produtivas do café e de peixes redondos e com 7 organizações locais, apoiando desde o cultivo até a comercialização dos produtos. E a Ediana é um dos inúmeros exemplos de luta e de como a participação da mulher potencializa a produção sustentável em cada etapa da produção. Conheça mais histórias como a dela em: https://prsamazonia.org.br/
O PRS tem uma longa trajetória na Caatinga e na Mata Atlântica, inspire-se em mais histórias
Durante quatro anos (2019-2023), o Programa Rural Sustentável, por meio do Projeto Rural Sustentável – Caatinga (PRS – Caatinga), atuou na promoção de práticas agrícolas sustentáveis no território, aliando conhecimentos tradicionais às Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC). Já na Mata Atlântica, durante sete anos (2012-2019), o Programa Rural Sustentável (PRS) atuou em 40 municípios no bioma, promovendo a agropecuária de baixa emissão de carbono nos estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
A jovem Brenda Ribeiro, produtora de Itambacuri (MG) e beneficiária do Projeto Rural Sustentável na Mata Atlântica, foi uma das muitas mulheres que passaram pelo projeto. Em certa ocasião, durante uma oficina dos familiares, Brenda compartilhou a importância das ações em seu dia a dia e no da comunidade. “[O projeto] deu a oportunidade de todos que estavam presentes falarem o que achamos que pode melhorar na agricultura da cidade e também deu a oportunidade para nós, jovens, falarmos um pouco sobre o que esperamos da agricultura da nossa cidade e como podemos melhorar essa situação".

A dona Suely Aquino, agricultora, do município de Monteirópolis, Alagoas (AL) também compartilha a sua experiência no PRS — Caatinga. “Antes, a gente não tinha nada, era apenas um quintal pelado, como eu costumo falar. A área onde hoje planto era um curral, onde criava meus bezerros. Eu tenho um canteiro e lá eu planto milho, feijão-de-corda, tomate-cereja, abóbora, alface, couve. Eu sou da agricultura, essa é a minha raiz. Só precisava de um incentivo, de alguém que me orientasse e que me ajudasse a fazer. Aí vem o PRS com esses técnicos, com essas pessoas maravilhosas que me ajudaram e me ensinaram a trabalhar certo. Eu achava que estava trabalhando certo, mas não estava. E eles me ensinaram. Além de eu ter o biofertilizante, que ajuda a melhorar o meu solo para ter minha comida ainda mais saudável, adubada com adubo natural”, finaliza.













