Programa Rural Sustentável destaca avanços da produção sustentável na COP 30
Durante duas semanas na COP 30, o Programa Rural Sustentável compartilhou resultados, aprendizagens e experiências voltadas ao fortalecimento e adoção de práticas sustentáveis para mitigação dos Gases do Efeito Estufa (GEE). O Programa é fruto do maior acordo de cooperação da América Latina e promove um trabalho que une governo, mercado, pesquisadores, Organizações socioprodutivas (OSPs) e quem atua pela sustentabilidade. Confira os pontos altos da participação do PRS na Conferência do Clima, direto da TechZone, AgriZone, Green Zone, Blue Zone e Casa Futura!
Diálogo, educação ambiental e tecnologia, na TechZone, GreenZone e na Casa Futura
Os primeiros dias da COP 30 foram marcados por rodas de conversa sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas sustentáveis e manejo do solo. Com produtores(as) e estudantes mobilizados pela Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT - Guamá), o PRS destacou a importância de unir tecnologia, educação ambiental e saberes locais para formar uma geração mais consciente e engajada com a sustentabilidade.
A jovem estudante, Brenda Mariana, da Escola Casa Familiar Rural de Placas, conta seus aprendizados durante o curso sobre mudanças climáticas. “No curso aprendemos o que é clima e quais as mudanças dele, também vimos um pouco sobre El Ninõ e La Ninã e os efeitos deles na nossa região, no geral foi bom e aprendemos bastante”, destaca.
Já Deborah da Silva, destaca os aprendizados do curso de manejo de solo. “Participar do curso foi uma experiência extremamente enriquecedora, não apenas pelo conhecimento compartilhado pela equipe do PRS, mas também pela troca com os demais agricultores. Foi incrível ver a empolgação de todos em aprender sobre a produção de fertilizantes, a coleta e análise de solo, especialmente porque o acompanhamento técnico nas propriedades rurais ainda é uma das maiores dificuldades. Essa vivência tornou o curso ainda mais significativo para mim”, compartilha.
Enquanto isso, teve lançamento na Agrizone! O curso presencial sobre mudanças climáticas oferecido a estudantes e produtores no PCT - Guamá, agora pode ser acessado em qualquer hora e de qualquer lugar. Se você deseja fazer curso o introdutório ou já terminou e quer partir para a etapa avançada, inscreva-se agora mesmo: https://ead.prsamazonia.org.br/
Já na Casa Futura, a conversa foi exatamente sobre como ampliar o acesso a temas relacionados à sustentabilidade em mais espaços da sociedade. O Programa apresentou duas iniciativas estratégicas para isso: o Mestrado Profissional, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), via PRS – Amazônia, e a parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), pelo PRS – Cerrado. Ah, e igualmente importantes foram destacados os cursos EaD, produzidos em parceria com o Canal Futura.
Sociobiodiversidade amazônica como solução climática: da floresta à mesa, na BlueZone, Agrizone e no Restaurante Sociobio
A cadeia produtiva começa na floresta, com quem produz de forma sustentável e atua diretamente para enfrentamento das mudanças climáticas. Sabendo disso, foi possível falar mais da produção sustentável nos dois biomas da Amazônia e do Cerrado e apresentar a extensa experiência e os desafios da assistência técnica focada em sustentabilidade e em baixa emissão de carbono.
Mas vale lembrar que a produção no campo é uma das etapas da cadeia produtiva. Exatamente, por isso, na BlueZone, o PRS - Amazônia lançou oficialmente a publicação “Destravando mercados sustentáveis: a experiência do Projeto Rural Sustentável – Amazônia com o fortalecimento de cadeias da sociobiodiversidade para o acesso ao mercado”. O estudo sistematiza desafios, oportunidades e busca identificar perfis de consumo para inserção de produtos da sociobiodiversidade nos mercados. A publicação também traz orientações práticas para ampliar mercados que valorizem histórias, saberes locais e produtos sustentáveis – fruto de um trabalho conjunto que reuniu consultorias especializadas, comunidades produtoras, atores de mercado, governo e instituições parceiras.
O Pedro Xavier, coordenador de Cadeia e Mercado, pelo PRS – Amazônia, discorreu sobre o que o livro representa para quem atua nas cadeias produtivas amazônicas: “O livro trouxe o resultado das pesquisas realizadas com as consultorias Slow Food Brasil e Cortez. Tem informações para alimentar estratégias de fortalecimento das cadeias produtivas da sociobiodiversidade Amazônia e boas práticas de acesso a mercados”, ele destaca. E você, quer ler e saber mais? Baixe a publicação agora mesmo pelo link: https://prsamazonia.org.br/biblioteca
Da teoria do livro direto para a prática! Falando em inserir produtos em mais mercados, um dos momentos mais marcantes e emocionantes aconteceu na AgriZone, com o lançamento do chocolate Bem-te-vi, que une o cacau da marca Cacau Xingu (@cacauxingu), do Pará, com o café robusta amazônico da Lagoa da Mata (@cafe_llagoadamata_), de Rondônia. O produto nasceu da conexão entre duas famílias produtoras apoiadas pelo PRS - Amazônia e simboliza o potencial da sociobiodiversidade, aliada a práticas sustentáveis, para inserção no mercado. Conheça mais sobre o chocolate nas redes sociais das duas famílias produtoras!
Os produtos da sociobiodiversidade amazônica também estiveram presentes no Restaurante Central da Sociobio, uma parceria da Central do Cerrado com a Rede Bragantina, que contou com três produtos das Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras do PRS – Amazônia: a farinha da OSP APAFE, a polpa de açaí, da OSP COFRUTA, e o pirarucu manejado, da OSP ASPROC. Do lado do Cerrado, houve uma degustação do café Mata do Lobo, produto de um das unidades demonstrativas do PRS – Cerrado, exposto na BlueZone, especificamente no Pavilhão do Reino Unido.
Aprendizados e compromissos renovados na Agrizone
E para finalizar a participação, o último painel do PRS na COP 30 reuniu representantes do Brasil e do Reino Unido para dialogar sobre a cooperação internacional, políticas públicas, financiamento e experiências práticas nos quatro biomas em que o PRS esteve e está presente: Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Os resultados apresentados reforçaram a importância de ações coordenadas entre produção e conservação, o fortalecimento de cadeias produtivas e a valorização da sociobiodiversidade como caminho para enfrentar as mudanças climáticas.
Você acabou de conferir alguns destaques da nossa participação na COP 30, mas para saber mais detalhes, acesse as redes sociais do PRS – Cerrado e o PRS – Amazônia!
Veja alguns momentos importantes







COP30: PRS leva resultados de agropecuária sustentável com atuação em 21% do território nacional
A COP 30, realizada em Belém (PA), terá a presença de um dos principais agentes da agropecuária sustentável da América Latina: o Programa Rural Sustentável (PRS). A iniciativa vem transformando a paisagem agropecuária brasileira em 21% do território nacional – cobrindo 252 municípios na Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica – com o objetivo de mitigar os Gases de Efeito Estufa (GEE), por meio do fortalecimento e adoção de práticas de baixo carbono. Na Conferência do Clima de 2025, o programa terá uma agenda intensa de painéis e debates nas Blue Zone, Green Zone, Agrizone e Tech Zone, abordando desde assistência técnica e extensão rural e educação sustentável, à valorização de produtos da sociobiodiversidade.
Nos biomas brasileiros, o Programa desdobra-se em 4 grandes projetos: Projeto Rural Sustentável Amazônia, Projeto Rural Sustentável – Cerrado, Projeto Rural Sustentável – Mata Atlântica e Amazônia (Fase 1) e Projeto Rural Sustentável – Caatinga - sendo os três primeiros executados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e o último executado pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
Participações do Programa Rural Sustentável na COP 30
Seminário de Boas Práticas de ATER - 11 de novembro
Horário: 14h - 18h
Local: Agrizone
Objetivo: Será um momento para compartilhar os aprendizados, experiências e resultados do planejamento e implementação da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), no âmbito do PRS – Amazônia e PRS – Cerrado.
Educação e Popularização para Sustentabilidade no Meio Rural - 12 de novembro
Horário: 15h20 - 16h35
Local: AgriZone, Auditório A4
Objetivo: A mesa redonda busca refletir sobre os aprendizados, resultados e desafios das ações de popularização da agropecuária sustentável para a juventude do Programa Rural Sustentável, assim como destacar o papel da educação ambiental e das escolas como caminho para formar uma geração mais consciente e engajada na construção de um futuro mais sustentável. Será uma oportunidade também para lançar a segunda etapa do curso EaD sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas na Amazônia, gratuito e aberto ao público, desenvolvido em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho.
Seminário vozes do campo: tecnologia, educação e conhecimento - 13 de novembro
Local: Tech Zone (Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá - PCT Guamá)
Horário: 9h - 12h
Objetivo: O propósito é abrir diálogos sobre o papel da Educação e Tecnologia no campo como ferramentas no enfrentamento das mudanças climáticas. Será um espaço de escuta, aprendizagem e vivências práticas com 100 produtores(as) familiares e 50 jovens estudantes das Casas Familiares Rurais, mobilizados pela Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), parceira e beneficiária do PRS – Amazônia.
Mercados da Sociobiodiversidade e Clima - 13 de novembro
Local: Blue Zone
Horário: 14h45 - 15h45
Objetivo: Serão apresentados os dados da publicação “Destravando mercados sustentáveis: a experiência do Projeto Rural Sustentável - Amazônia com o fortalecimento de cadeias da sociobiodiversidade amazônica para o acesso a mercado para destravar cadeias”, abordando desde questões de logística a políticas públicas e capacitações. Também serão compartilhadas boas práticas de acesso a mercados e como o PRS – Amazônia tem contribuído para trazer resultados positivos para as Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras e para as seis cadeias produtivas fortalecidas.
Curso formativo PRS – Amazônia - 13 de novembro
Local: PCT - Guamá
Horário: 14h - 18h
Objetivo: Será realizada presencialmente a segunda etapa do curso sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia. A capacitação também conta com a versão online e é gratuita, disponível no site do PRS – Amazônia.
Da Floresta aos Mercados: Lançamento da Publicação das Cadeias da Sociobiodiversidade Amazônica como Rota de Justiça Climática e Econômica - 14 de novembro
Local: Blue Zone
Horário: 11h30 - 12h30
Objetivo: A publicação é fruto de diálogos, oficinas e seminários com a base produtiva, atores de mercado e setor público para entender os principais desafios, lacunas e oportunidades presentes nas cadeias produtivas fortalecidas pelo PRS – Amazônia. O objetivo central é inserir os produtos da sociobiodiversidade amazônica em mais mais mercados e aumentar a renda de mais de 1.400 famílias produtoras e agroextrativistas associadas às 30 Organizações Socioprodutivas (OSPs) dos estados do Amazonas, Pará e Rondônia, também apoiadas pelo Projeto.
Curso formativo PRS – Amazônia - 14 de novembro
Local: PCT - Guamá
Horário: 8h -12h/14h -18h
Objetivo: Será realizada presencialmente a segunda etapa do curso sobre mudanças climáticas e cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia com as Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras. O curso oferece a versão online e gratuita e ficará disponível no site do PRS – Amazônia, após o lançamento.
Chocolate Amazônico: o encontro do Cacau Xingú e do Café da Mata - 14 de novembro
Local: AgriZone, Auditório A3
Horário: 12h40 - 13h55
Objetivo: Objetivo: A mesa redonda propõe diálogos e a sinergia que pode acontecer entre as organizações amazônicas, como a união do Chocolate Cacau Xingú ao Leite com Café Robusta. Essa é uma parceria que une duas cadeias produtivas e duas da Organização Socioprodutiva (OSPs) apoiadas pelo PRS – Amazônia.
Produção sustentável: a Experiência de ATER no PRS – Cerrado e Amazônia - 15 de novembro
Local: AgriZone, Auditório A4
Horário: 12h40 - 13h55
Objetivo: A mesa redonda tem por objetivo evidenciar os aprendizados, resultados e desafios das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) nos biomas Cerrado e Amazônia. No Cerrado, o foco está na implantação de tecnologias de baixa emissão de carbono, como os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD). Já na Amazônia, a abordagem une o conhecimento ancestral e técnico para o fortalecimento das cadeias de valor com foco no aumento da produção e renda, aliada a conservação da floresta.
Apresentação das ações e resultados do Projeto Rural Sustentável - Amazônia no estado do Pará - 19 de novembro
Local: Pavilhão Pará, Sala Samaumeira (GreenZone)
Objetivo: Serão apresentadas as ações e resultados do Projeto Rural Sustentável – Amazônia no estado do Pará, que estende-se a fortalecer as cadeias produtivas e as Organizações Socioprodutivas (OSPs) locais, como foco na geração de renda aliada à conservação da floresta.
Programa Rural Sustentável - Apresentação de Lições Aprendidas e de Resultados - 20 de novembro
Horário: 16h40 - 17h55
Local: AgriZone, Auditório A2
Objetivo: A mesa redonda destacará principais resultados e aprendizados do Programa Rural Sustentável, ao longo dos últimos anos. O evento também abordará os avanços na mitigação de emissões, inclusão socioprodutiva e adoção de sistemas integrados de produção para uma agricultura mais sustentável, em consonância com os temas prioritários da COP 30 e da AgriZone. O evento reunirá representantes das diferentes instituições que compõem o projeto — como o MAPA, BID, Defra (Governo do Reino Unido), Embrapa, IABS e FBDS — bem como beneficiários(as) diretos(as), como produtores(as) rurais, cooperativas e associações locais.
A intensa participação do Programa Rural Sustentável na COP 30 é um reflexo de anos de trabalho dedicados ao desenvolvimento rural aliado à conservação da floresta. mostrando para o mundo que é possível unir saber tradicional, ciência e o fortalecimento e adoção de práticas sustentáveis em prol de um planeta mais próspero, inclusivo e sustentável. Acompanhe nossas redes sociais e fique por dentro de tudo!
Dia Internacional das Mulheres Rurais: como a força feminina impulsiona a produção sustentável
Comemorado em 15 de outubro, o Dia Internacional das Mulheres Rurais foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para valorizar o papel das trabalhadoras do campo. A data busca conscientizar a sociedade sobre a importância dessas mulheres na segurança alimentar, no desenvolvimento sustentável e na manutenção da diversidade de vida no planeta, em especial nos biomas brasileiros.
Para transformar esse reconhecimento em prática, o Programa Rural Sustentável implementa, no Cerrado e na Amazônia, estratégias adaptadas à realidade de cada bioma. O foco é fortalecer a autonomia financeira das mulheres rurais, ampliando sua representatividade no campo e aliada a conservação da floresta.
Atualmente, são mais de 1.500 beneficiárias no Projeto Rural Sustentável – Cerrado e no Projeto Rural Sustentável – Amazônia, incluindo agricultoras, produtoras e agroextrativistas ligadas às organizações socioprodutivas. Neste contexto, todas se tornam pilares da sustentabilidade ao criarem um ambiente de aprendizado, escuta ativa e com olhares atentos às necessidades do campo.
No Cerrado, as mulheres são exemplos de cuidado e persistência
As mulheres do Cerrado são protagonistas de um campo que resiste, inova e se reinventa. Elas semeiam, cuidam, colhem e transformam em meio a um cenário marcado por desafios climáticos e econômicos, e, com persistência, são elas que mantêm viva a tradição da produção familiar. Segundo o Censo Agropecuário do IBGE (2017), quase 1 em cada 5 propriedades rurais é administrada por mulheres – e, no Cerrado, essa presença é extremamente significativa, com agricultoras à frente de propriedades, cooperativas e associações que unem produção e conservação, sempre liderando mudanças e práticas mais sustentáveis e inclusivas.
Para muitas dessas mulheres, a vida no campo vai além da atividade econômica, é uma escolha de pertencimento. Um exemplo dessa força é Sônia Maria de Abreu, produtora de Perolândia (GO), e uma das beneficiárias do Projeto Rural Sustentável – Cerrado por meio da Associação dos Trabalhadores na Agricultura do Projeto de Assentamento Três Pontes (ATUAP). Além do cultivo de soja, milho, banana, laranja e mandioca, ela cuida dos animais e administra toda a rotina da propriedade.
“O produtor rural é 24h. A gente mexe com a lavoura desde que começa o dia, cuida da plantação, dos porcos, das galinhas. Mas, também enfrentamos desafios: na hora de comercializar, as pessoas colocam muitas barreiras para chegarmos ao consumidor final”, conta Sônia.

Para ela, a mulher rural é o coração do campo e a valorização desse papel é essencial para o futuro da agropecuária sustentável. “A mulher no campo tem papéis fundamentais. O homem sozinho não consegue tocar esse trabalho completamente, porque a mulher é a inteligência e a força do Cerrado. A mulher tem mais jeito com os animais, ela entende melhor a construção da terra”, afirma.
Dona Sônia também explica que, apesar dos últimos avanços e de novas práticas estarem sendo mais propagadas, muitas famílias rurais ainda encontram obstáculos, principalmente quando se trata do acesso ao crédito rural. Porém, a produtora se firma como um exemplo de persistência: “Meu marido tentou por 3 anos tomar crédito junto ao banco, até que eu tomei frente e disse que não iria desistir até conseguir. A mulher tem persistência e mais mulheres têm que ser valorizadas, porque elas ainda não são. Somos nós que cuidamos da casa, dos animais, quem põe a coisa para rodar".
“A discriminação infelizmente ainda existe e muito". As palavras de Sônia são um lembrete de que, apesar das mulheres estarem conquistando cada vez mais espaço no campo, ainda há barreiras a serem superadas. O reconhecimento do seu papel, o acesso igualitário a crédito, assistência técnica, capacitações e oportunidades são caminhos que precisam continuar sendo abertos. Pensando sempre nesse protagonismo feminino, o Projeto Rural Sustentável – Cerrado segue comprometido com essa transformação: fortalecer as mulheres rurais é fortalecer o Cerrado.
Saiba mais sobre a presença feminina e as ações do PRS – Cerrado em https://www.ruralsustentavel.org/
Na Amazônia, a representatividade feminina vai do campo à entrega do café
Entre as produtoras beneficiárias do Projeto Rural Sustentável – Amazônia, está Ediana Capich, produtora de café associada da Cooperativa dos Agricultores Familiares da Amazônia - Rondônia (LACOOP). Ediana representa a terceira geração de sua família a cultivar o fruto, mas foi em 2019, em Novo Horizonte do Oeste (RO), que encontrou no café robusta amazônico uma missão que une renda, sustentabilidade e o cuidado com as pessoas.

Para ela, o trabalho com o café trouxe reconhecimento e uma visibilidade que deu ainda mais sentido à sua trajetória enquanto produtora. “Levar o que há de mais especial do nosso trabalho para as pessoas é contagiante", compartilha com entusiasmo. “Levar amor, carinho e respeito, e ainda poder me sustentar disso... é simplesmente maravilhoso”, destaca.
A família de Ediana carrega consigo a marca Lagoa da Mata, fruto de uma produção que respeita a natureza e busca a qualidade em cada grão. E é nesse contexto, que ela se sente realizada profissionalmente. “Dentro de cada pacote, o cliente leva para casa muito mais que um café: leva a dedicação, amor e o cuidado em cada grão. É essa essência que se transforma em deliciosas xícaras, repletas de um sabor puro e um aroma verdadeiramente único”, compartilha.

Na sua propriedade, a Ediana participa de todas as etapas da produção até a entrega, especialmente da torra e do envasamento do produto. Após tantos anos na lida, ela compartilha a importância da mulher ocupar esses espaços: “essa participação está sendo construída passo a passo, pois temos [as mulheres] habilidades e visão com mais precisão, somos dedicadas e isso traz bons resultados. Mas, ainda assim, meu desejo é que nosso trabalho tenha o valor correspondente à altura da dedicação em que realizamos nossas atividades”, compartilha.
Para a Ediana, estar nesses espaços é sinônimo de autoestima, cuidado com o próximo e com o meio ambiente. A Organização Socioprodutiva (OSP) que a produtora faz parte aderiu, neste ano, ao PRS - Amazônia – uma parceria que vem ampliando a visibilidade e trazendo resultados para o trabalho dela e de toda a sua família.
Além da assistência para fortalecimento da OSP e da cadeia produtiva do café que o Projeto oferece, recentemente, a produtora participou do 26º Congresso Internacional de Nutrição Funcional, onde pôde vender seu produto, prospectar potenciais parceiros e aumentar a renda.“Precisamos muito desse apoio para estar com o público, mostrar nossos produtos para ter visibilidade. Eu agradeço muito ao Projeto. Isso traz muito conhecimento e nos leva ao consumidor final”, ela finaliza.
Em Rondônia, o PRS – Amazônia atua com as cadeias produtivas do café e de peixes redondos e com 7 organizações locais, apoiando desde o cultivo até a comercialização dos produtos. E a Ediana é um dos inúmeros exemplos de luta e de como a participação da mulher potencializa a produção sustentável em cada etapa da produção. Conheça mais histórias como a dela em: https://prsamazonia.org.br/
O PRS tem uma longa trajetória na Caatinga e na Mata Atlântica, inspire-se em mais histórias
Durante quatro anos (2019-2023), o Programa Rural Sustentável, por meio do Projeto Rural Sustentável – Caatinga (PRS – Caatinga), atuou na promoção de práticas agrícolas sustentáveis no território, aliando conhecimentos tradicionais às Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC). Já na Mata Atlântica, durante sete anos (2012-2019), o Programa Rural Sustentável (PRS) atuou em 40 municípios no bioma, promovendo a agropecuária de baixa emissão de carbono nos estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
A jovem Brenda Ribeiro, produtora de Itambacuri (MG) e beneficiária do Projeto Rural Sustentável na Mata Atlântica, foi uma das muitas mulheres que passaram pelo projeto. Em certa ocasião, durante uma oficina dos familiares, Brenda compartilhou a importância das ações em seu dia a dia e no da comunidade. “[O projeto] deu a oportunidade de todos que estavam presentes falarem o que achamos que pode melhorar na agricultura da cidade e também deu a oportunidade para nós, jovens, falarmos um pouco sobre o que esperamos da agricultura da nossa cidade e como podemos melhorar essa situação".

A dona Suely Aquino, agricultora, do município de Monteirópolis, Alagoas (AL) também compartilha a sua experiência no PRS — Caatinga. “Antes, a gente não tinha nada, era apenas um quintal pelado, como eu costumo falar. A área onde hoje planto era um curral, onde criava meus bezerros. Eu tenho um canteiro e lá eu planto milho, feijão-de-corda, tomate-cereja, abóbora, alface, couve. Eu sou da agricultura, essa é a minha raiz. Só precisava de um incentivo, de alguém que me orientasse e que me ajudasse a fazer. Aí vem o PRS com esses técnicos, com essas pessoas maravilhosas que me ajudaram e me ensinaram a trabalhar certo. Eu achava que estava trabalhando certo, mas não estava. E eles me ensinaram. Além de eu ter o biofertilizante, que ajuda a melhorar o meu solo para ter minha comida ainda mais saudável, adubada com adubo natural”, finaliza.
Entre águas, frutos e histórias: o Cerrado pelos olhos de quem o cultiva
“Eu sou apaixonado pelo Cerrado”, declara o produtor Ivan Dias, de Uberlândia, Minas Gerais, ao ser perguntado sobre o que o bioma representa para ele. Com uma das biodiversidades mais ricas do mundo, o Cerrado ganha um novo nome pelas palavras de Ivan: laboratório vivo.
“O Cerrado representa muita coisa, porque ele é um bioma de muita grandeza. Uma das coisas que eu admiro no Cerrado é que ele é um laboratório vivo – com toda a diversidade de plantas, animais e frutos. Uma das coisas que mais me encanta junto a esse bioma são as plantas medicinais e a beleza também”, conta o produtor. Neste 11 de setembro, Dia do Cerrado, relatos como o de Ivan ecoam pelo campo e nos mostram a importância de conservar o bioma, que é decisivo para a regulação climática e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
E é nesse cenário que o Projeto Rural Sustentável – Cerrado se insere. Por meio de ações que garantem acesso dos(as) produtores(as) à assistência técnica, capacitação e crédito, além do fortalecimento de organizações produtivas locais, o Projeto busca mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) agricultores. A iniciativa promove a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono, conciliando conservação ambiental e desenvolvimento no bioma Cerrado.
Nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, produtores e produtoras rurais que participam do Projeto compartilham suas histórias e percepções sobre o Cerrado. Seus relatos revelam como o bioma está presente no dia a dia, seja garantindo água, alimentos e biodiversidade, seja inspirando práticas sustentáveis que unem produção e conservação.

O que o Cerrado representa para você? Pelo olhar de quem vive no bioma
Em palavras simples e carregadas de afeto, outros agricultores(as) também expressam a relação íntima que têm com o Cerrado. Para Getulino Cândido, de Uberlândia (MG), o bioma é sinônimo de fartura: “O Cerrado dá muita fruta pra nós e pros bichinhos comer. Dá alimento. E tem muita diversidade, qualidade. A água é boa. Tem as cabeceiras (nascentes) que nós temos que preservar, a fauna...”
Os números confirmam essa percepção. Conhecido como o berço das águas do Brasil, o Cerrado abriga nascentes de importantes bacias hidrográficas, como as dos rios Tocantins, São Francisco e Paraná. É graças a esse bioma que grande parte da produção agrícola nacional se sustenta – hoje, cerca de 60% da produção de grãos do país tem origem no Cerrado.
No interior goiano, em Ipameri, Sônia Bonato relembra a sua chegada a Goiás e ressalta a riqueza do Cerrado e a possibilidade de produzir com responsabilidade: “O que a gente faz dentro da nossa propriedade é pra manter a produção agrícola e também preservar o que é da natureza porque a gente depende dela para que tudo isso aconteça. Quando eu me mudei para o Goiás 30 anos atrás, eu conhecia pouco sobre o Cerrado. E descobri que ele é muito rico em frutas e também plantas medicinais. A gente fazendo a coisa certa, é possível produzir, usar o Cerrado, preservar e trabalhar no agronegócio com sustentabilidade.”

Em Itiquira, município do estado de Mato Grosso, o produtor Rubens Soares destaca o papel do bioma para que ele também seja usufruído pelos seus filhos no futuro. “O Cerrado é um bioma que traz uma biodiversidade de vida muito grande, preservá-lo é ter alimentos, um clima equilibrado, é ter esperança e um futuro para as próximas gerações.”

Esses relatos mostram que o Cerrado não é apenas um bioma de riquezas naturais, mas também um espaço de vida, identidade e resistência para aqueles que dele dependem e cuidam. Conservar o Cerrado é conservar a diversidade, a água, a produção de alimentos e a própria cultura de milhares de famílias rurais.
📌 Neste 11 de setembro, o PRS – Cerrado celebra a grandeza do bioma que lhe dá nome e relembra, pelas vozes de seus beneficiários(as), a importância de viver e produzir em um rural sustentável. Para ouvi-los você mesmo, acompanhe, ao longo do mês de setembro, a nossa série de vídeos no @prscerrado!
Crédito Rural: PRS – Cerrado lança cartilhas com informações essenciais sobre o tema
O acesso ao crédito rural é um passo importante para quem deseja investir, ampliar ou melhorar sua produção no campo. Pensando em apoiar esse processo, o Projeto Rural Sustentável – Cerrado preparou uma série de materiais informativos gratuitos que ajudam a entender melhor como funciona o crédito rural no Brasil, principalmente em um cenário voltado para a implantação das tecnologias de baixa emissão de carbono no Cerrado brasileiro.
As publicações incluem o folder “Soluções de Crédito Rural” e as cartilhas “Guia de Acesso ao Crédito Rural” e “Crédito Rural na Prática”. De forma clara e direta, os materiais explicam:
- O que é o crédito rural;
- Quais são os principais tipos disponíveis;
- Quem pode acessar;
- Documentos necessários;
- E como gerir e aplicar os recursos na prática.
Esses conteúdos foram desenvolvidos especialmente para pequenos(as) e médios(as) produtores e produtoras rurais do Cerrado, além de serem úteis também para técnicos(as), lideranças de organizações socioprodutivas – cooperativas e associações – e gestores(as) públicos(as). Pensando nisso, os materiais estão sendo utilizados nos Dias de Campo: Oficinas de Crédito Rural como forma de apoio às ações com as OSPs parceiras do Projeto.
Acesse gratuitamente os materiais pelos links abaixo!
Folder - Soluções de Crédito Rural
Cartilha Vol. 1 - Guia de Acesso ao Crédito Rural
Cartilha Vol. 2 - Crédito Rural na Prática
O que você encontra em cada material?
Os materiais lançados trazem informações práticas sobre o acesso ao crédito rural. O folder “Soluções de Crédito Rural” apresenta um panorama das principais linhas de crédito disponíveis para a agricultura familiar, detalhes sobre finalidades, condições, limites, taxas de juros e opções de financiamento voltadas para práticas sustentáveis e tecnologias de baixa emissão de carbono no Cerrado.
A cartilha “Guia de Acesso ao Crédito Rural” orienta produtores(as) sobre como buscar financiamento agrícola, explicando as etapas, documentos necessários e principais modalidades de crédito, com foco no desenvolvimento rural sustentável.
Já a cartilha “Crédito Rural na Prática” mostra, por meio de exemplos reais, como utilizar o crédito rural no dia a dia da propriedade, abordando desde o planejamento financeiro até a aplicação dos recursos em atividades como plantio e recuperação de pastagens, além de dicas para uma gestão eficiente e responsável.
Juntos, esses materiais oferecem um conteúdo didático e acessível, facilitando o entendimento e o uso do crédito rural por quem vive e trabalha no campo.
Desenvolvimento Rural no Cerrado Mineiro é tema de evento Pré-COP 30
O Projeto Rural Sustentável – Cerrado foi um dos destaques do evento “Pré-COP 30 – Desenvolvimento Rural no Cerrado Mineiro”, realizado no último dia 28 de maio, em Belo Horizonte (MG). O encontro reuniu mais de 100 técnicos(as), pesquisadores(as) e gestores(as) públicos com o objetivo de discutir o futuro da agropecuária no Cerrado mineiro, com foco na sustentabilidade e na adoção de práticas, políticas e programas de baixa emissão de carbono.
Promovido pela Superintendência Federal de Agricultura de Minas Gerais (SFA/MAPA) em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), o PRS - Cerrado, e outras instituições, o evento foi uma importante preparação para a COP 30, que acontecerá em 2025, no Brasil.
Destaques da programação
Dentre as autoridades presentes no evento estava o Superintendente de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Everton Paiva, o Diretor Técnico da EMATER-MG, Nauto Martins, o Chefe Geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Duraes, o Gerente de Desenvolvimento de Negócios do Consulado do Reino Unido, Maurício Guimarães, entre outros.
Um dos destaques da programação foi a palestra do Diretor Presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e Coordenador Geral do PRS – Cerrado, Luís Tadeu Assad, que apresentou as experiências e resultados do Projeto em Minas Gerais. A fala abordou ações concretas realizadas junto a pequenos(as) e médios(as) produtores(as), como o incentivo ao uso de tecnologias sustentáveis, regularização ambiental e acesso ao crédito rural.
Em outro momento, o Coordenador de Cooperação e Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Venâncio, trouxe uma contextualização da COP 30 e o papel do governo brasileiro e das entidades em levar pautas sustentáveis pertinentes para a conferência.
Após a finalização do evento, será elaborado um documento-síntese contendo as potencialidades, desafios e sugestões que possam trazer contribuições do desenvolvimento sustentável do Cerrado mineiro para a agenda da COP 30.



PRS - Cerrado vai ao Mato Grosso do Sul para rodada de articulações
O Projeto Rural Sustentável - Cerrado passou por mais uma rodada de articulações visando novas possibilidades de ações em conjunto. Dessa vez, o destino foi Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, nos dias 02 e 03 de abril. O Coordenador Geral do PRS - Cerrado, Luís Tadeu Assad, a Coordenadora de Campo, Marília Ramos, e a Coordenadora de Campo Estadual, Jéssyca Stanieski estiveram presentes na sede da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER), na Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC) e na Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul (SFA-MS).
Na primeira parada, a equipe foi recebida na sede da AGRAER pelo chefe do setor de ATER, Arnaldo Santiago Filho. O objetivo foi apresentar as possibilidades de ações conjuntas, como capacitações e seminários voltados para a agropecuária de baixa emissão de carbono. “Por meio da reunião, decidimos fazer um acordo de cooperação técnica que envolve ações como a jornada técnica com os cursos EAD e depois presencial, além dos seminários de crédito rural e legislação ambiental. Agora, os próximos passos serão viabilizar esse acordo e avançar nesse propósito”, ressalta Arnaldo.
Na AGRAER, também participaram a Chefe do setor Ambiental, Leda Perdomo, a Assessora da Gerente de Desenvolvimento Agrário, Rosemeire Borges, e as servidoras do Setor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Lilian Oliveira e Aldione Soares.
Os debates sobre o acordo de cooperação técnica seguiram junto à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC) com a presença do Secretário Executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais, Humberto de Mello Pereira. “Nós temos acompanhado todo o processo que envolveu o desenvolvimento das comunidades atendidas no PRS - Cerrado e entendemos que a Secretaria pode dar maior capilaridade e fazer com que, de forma transversal, outras políticas públicas cheguem a esse público beneficiado do Projeto. Estamos bastante otimistas com esse termo de cooperação que representa parcerias importantes envolvendo a agricultura familiar no nosso estado”, destaca o Secretário Humberto.
Também estiveram presentes, na SEMADESC, o Coordenador de Agricultura, Fernando Nascimento, e o Coordenador de Apoio à Inclusão Sanitária, Agroindústria e Certificação da Produção Familiar, David Lourenço.
Por fim, o PRS - Cerrado se reuniu com a Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul para atualizar a SFA-MS em torno das ações do Projeto no estado, ilustrando, assim, o impacto positivo das atuações junto aos(às) beneficiários(as) sul-mato-grossenses. Junto à equipe, estava o Superintendente José Antonio Roldão, e o Chefe da Divisão de Desenvolvimento Rural, Márcio Menegazzo.
PRS - Cerrado: novas propriedades e oportunidades marcam a extensão do Projeto
O ano de 2025 já nos trouxe boas notícias: o Projeto Rural Sustentável - Cerrado ganhou uma extensão de prazo! Isso significa mais recursos e mais atividades para darmos continuidade aos nossos propósitos de sustentabilidade no meio rural junto aos nossos(as) beneficiários(as). Dessa forma, seguimos firmes na missão de aumentar a produtividade agrícola sem agredir o meio ambiente, visando mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no Cerrado.
“Agora, com a extensão do Projeto, teremos mais tempo e recursos para gerar ainda mais impacto real na vida dos(as) beneficiários(as). O ano de 2025 será cheio de ações importantes, principalmente de assistência técnica e fortalecimento das OSPs, estamos muito animados pelo que está por vir, então, fiquem ligados!”, compartilha a Coordenadora Operacional do PRS - Cerrado, Kamila Rocha.
Confira algumas das atividades que estão previstas para os próximos meses no campo:
- Seleção de 30 novas Unidades Demonstrativas (UDs);
- Seleção de 600 novas Unidades Multiplicadoras (UMs) e 5 novas Organizações Socioprodutivas (OSPs), totalizando 1.800 produtores(as) com acesso ao crédito melhorado;
- Novos Dias de Campo.
Além disso, muitas ações de capacitação também estão sendo planejadas para disseminar conhecimentos entre produtores(as), estudantes, técnicos(as) e gestores(as). Entre essas atividades, estão a realização de uma Jornada de Aprendizagem nos estados, cursos para os Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATECs), e seminários técnicos especializados.
Novos benefícios
As novas OSPs selecionadas receberão diversos benefícios durante a participação no Projeto, entre eles estão: Plano de Negócios (PN), Benefícios Coletivos (BCs), Assistência Técnica Organizacional (ATO), participação em ações de intercâmbio com outras organizações produtivas, Dias de Campo e divulgação da organização em eventos. Já as UDs e UMs receberão assistência técnica especializada, além de também poderem participar das ações e eventos do Projeto. Para as propriedades que já fazem parte do PRS - Cerrado, haverá a ampliação das atividades de ATER, com foco na implantação de tecnologias.
Em breve, novas informações serão divulgadas e o cadastro para novas OSPs e UMs será disponibilizado.
Sobre o PRS - Cerrado
Com atuação em quatro estados brasileiros, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado tem como objetivo mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, por meio da implementação de tecnologias de baixa emissão de carbono.
O projeto é resultado de uma Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como beneficiário institucional, e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como responsável pela sua execução e administração. A Embrapa é a responsável pela coordenação científica e a Associação Rede ILPF pelo apoio técnico.
Clique aqui para saber mais sobre o Projeto.
Reuniões do PRS - Cerrado em Minas Gerais trazem possibilidades de novas ações
Nos dias 19 e 20 de março, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado foi até Belo Horizonte, em Minas Gerais, para uma rodada de articulações com entidades da região, visando novas possibilidades de ações em conjunto. O Coordenador Geral do PRS - Cerrado, Luís Tadeu Assad, a Coordenadora de Campo, Marília Ramos, e o Coordenador de Campo Estadual, Victor Oliveira, estiveram presentes na sede da EMATER-MG, na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (SFA-MG) e no Instituto Estadual de Florestas (IEF).
As reuniões se iniciaram na EMATER-MG, onde foram discutidas novas ações de capacitação e eventos, com a prospecção de um seminário realizado em parceria com a empresa no estado, além de outros temas envolvendo a agropecuária de baixa emissão de carbono.
“Este encontro foi uma oportunidade fundamental para fortalecer parcerias estratégicas e alinhar ações em prol do desenvolvimento agropecuário sustentável em nosso estado, de forma a alcançar a neutralidade de emissões líquidas de gases de efeito estufa no território estadual até 2050, conforme compromisso da campanha Race to Zero [campanha global da ONU]”, destaca Roberth Rodrigues, Superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, SEAPA, durante a segunda parada do PRS - Cerrado em Minas Gerais, desta vez, na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária.
Por lá, as novas possibilidades de ações foram novamente debatidas e apoiadas. Para Carlos Roberto de Castro, Auditor Federal Agropecuário da SFA-MG, “diante da importância dessa pauta sustentável, nós precisamos sensibilizar a sociedade como um todo, principalmente os técnicos envolvidos nesse processo. Para isso, alguns cursos ou eventos realizados aqui no estado podem ser boas ferramentas. Foi uma reunião muito produtiva e espero que essa seja a primeira de muitas outras para que possamos, juntos, trabalhar nessa direção da mitigação dos gases de efeito estufa”.
O terceiro e último encontro focou na prospecção de uma valiosa participação do Instituto Estadual de Florestas (IEF) nas novas ações do Projeto, principalmente dentro do tema de regularização ambiental. A parceria traria a capacitação como uma ferramenta mais estratégica para o estado de Minas Gerais, incluindo a realização de cursos presenciais para técnicos(as) e o seminário já debatido com a EMATER.
Segundo a Coordenadora de Campo do PRS - Cerrado, Marília Ramos, a parceria seria benéfica para os dois lados. “O PRS busca em sua essência trazer mudanças transformadoras para os territórios onde atua e ganhar força e permanência, mesmo no pós projeto, quando ancorado em políticas públicas complementares, como as desenvolvidas pelo IEF”, ressalta.
Nos próximos dias, o PRS - Cerrado seguirá em busca de novas parcerias nas áreas de atuação do Projeto.
Florestas impulsionam segurança alimentar e a sustentabilidade no Cerrado
Fonte de alimentos, medicamentos e matérias-primas – as florestas estão presentes no nosso cotidiano mesmo que de forma indireta. Responsáveis por abrigar uma grande biodiversidade, elas possuem importância na manutenção do equilíbrio ambiental global, afetando diretamente na regulação do clima. Neste 21 de março, data proclamada na Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Mundial das Florestas, é fundamental relembrar da grandeza desses ecossistemas ricos e diversos, compostos por árvores, plantas, animais, sementes, e tantos outros elementos.
Florestas e alimentos
As florestas desempenham um papel fundamental na produção de alimentos, pois fornecem solos ricos em nutrientes, regulam o ciclo da água e do carbono e abrigam uma grande biodiversidade essencial para a polinização e o controle de pragas naturais. Além disso, muitas comunidades dependem diretamente dos recursos florestais para a colheita de frutos, sementes, castanhas e outros produtos que garantem a segurança alimentar e geram renda.
A cada ano, um tema é escolhido para ser debatido no Dia Mundial das Florestas. Em 2025, as discussões giram em torno das Florestas e alimentos, principalmente no papel crucial das florestas na segurança alimentar das famílias brasileiras.
No Cerrado, 60% da produção agrícola do Brasil e 22% das exportações globais de soja têm origem do bioma, segundo o relatório Cerrado: Produção e Proteção, desenvolvido pela iniciativa Tropical Forest Alliance, do Fórum Econômico Mundial. Diariamente, produtores e produtoras rurais conseguem o seu sustento no campo e, diante do crescente debate sobre sustentabilidade, buscam equilíbrio entre produção e conservação ambiental.
Sandra Aparecida Alves, diretora e representante da AGROBIO, uma das Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras do Projeto Rural Sustentável - Cerrado em Catalão (GO), destaca a importância de um dos elementos presentes nas florestas – as sementes – para fortalecer a produção de alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos e em transição agroecológica. "Não é possível produzir comida limpa e de qualidade sem acesso a sementes não transgênicas. Elas se adaptam à realidade do produtor, fortalecendo a produção e garantindo que cheguem ao consumidor final, melhorando a renda e a qualidade de vida no campo", explica.
Florestas e tecnologias
A importância das florestas também se reflete no uso de tecnologias sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Segundo Eduardo Assad, doutor em Manejo e Ciências da Água e pesquisador da FGV e UNICAMP, essa tecnologia aumenta a produtividade e traz benefícios econômicos, sociais e ambientais. Essa estratégia de produção utiliza diferentes atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, buscando sinergia entre seus componentes e contemplando a adequação ambiental e a viabilidade econômica.
"Quando esses sistemas são integrados, a terra é utilizada em 100% do tempo, evitando a degradação do solo e reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Com a introdução de árvores, os benefícios aumentam ainda mais, pois o solo vivo captura carbono da atmosfera", explica Assad em entrevista para o Programa Conservar e Produzir: Cerrado.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF), o Brasil conta com aproximadamente 485 milhões de hectares de florestas naturais e quase 10 milhões de hectares de florestas plantadas. A relação entre atividades florestais e comunidades rurais é forte: de um lado, as florestas naturais abrigam populações tradicionais; de outro, o manejo de reservas e o plantio de árvores representam alternativas econômicas para pequenos(as) e médios(as) produtores(as).
No âmbito do Projeto Rural Sustentável - Cerrado, o aumento da renda desses(as) produtores(as) é um dos principais objetivos, juntamente com a redução da emissão de gases de efeito estufa. Para isso, o projeto incentiva a adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono, como os sistemas ILPF, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD).
Dessa forma, as florestas continuam a desempenhar um papel fundamental na segurança alimentar, na conservação ambiental e na promoção de uma economia rural mais sustentável.


























